PUBLICIDADE

Publicidade

AE fecha parceria com Economist

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Estado passou a ser a representante oficial no Brasil da Economist Intelligence Unit (EIU), divisão do grupo de comunicação britânico The Economist. O acordo foi formalizado nesta quinta-feira em evento que reuniu uma platéia de empresários e executivos para a palestra do economista sênior para a América Latina da EIU, David Anthony, sobre o tema "Brazil: at the crossroads". A parceria com a EIU consolida a rede de provedores externos formada pela Agência Estado com os mais importantes grupos internacionais de informação, como a Dow Jones News, Financial Times e Comstock Standard & Poor´s. A EIU oferece análises e projeções sobre 195 países para 1,4 milhão de clientes em todo o mundo. Para acompanhar o dia-a-dia desses países, a EIU tem 500 analistas em 100 países, inclusive no Brasil. O diretor de publicações da EIU, Lou Celi, destacou a "incomparável reputação" da publicação para fornecer informações precisas e autorizadas. A EIU oferece, por exemplo, análises de risco desses 195 países, examinando 77 fatores de risco que cobrem dados sociais, econômicos e políticos. O diretor da Agência Estado, Rodrigo Mesquita, comentou que essas informações fornecidas pela EIU "são fundamentais para o processo de tomada de decisões das empresas, especialmente no cenário globalizado em que vivemos". Ele acredita que o atual estágio da parceria com a EIU deverá evoluir para etapas ainda mais ambiciosas, que estimulem a empresa britânica a compartilhar os diversos canais da Agência Estado voltados para negócios no ambiente brasileiro. O foco dos conteúdos da EIU está centrado em análises e dados sobre países. A partir desse corte, é possível contar com informações online sobre política, economia, negócios, finanças, indústrias e taxa de risco. O chamado "Risk Rating" é um das chaves para se compreender o alto grau de especialização e de qualidade da EIU. É nessa área que se pode ter acesso a conteúdos sobre os vários elementos que compõem a taxa de risco de um país, desde a estabilidade política, os marcos legais e regulatórios até o sistema de comércio exterior e pagamentos. Crescimento O Brasil tem potencial para crescer de 5% a 6% ao ano até 2006. A previsão é de David Anthony, economista sênior para a América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), divisão do grupo The Economist, ao falar sobre os desafios futuros do País e ponderar que a economia brasileira está "estagnada" atualmente. Ao contrário de outros analistas, ele é otimista sobre o volume de investimentos diretos estrangeiros que o País deve atrair ao longo dos próximos cinco anos, projetando fluxos entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões ao ano. Mesmo com a redução das privatizações, o tamanho do mercado consumidor brasileiro seria o grande atrativo. Na palestra que marcou o lançamento da parceria entre a EIU e a Agência Estado, o economista comentou que há espaço para uma "modesta" apreciação do real frente à moeda norte-americana nos próximos anos. "O real está ligeiramente depreciado", afirmou, ponderando que esta correção só ocorrerá daqui a dois ou três anos. Anthony disse à platéia de empresários e executivos que o resultado da eleição presidencial e a recuperação da economia global são fatores determinantes para que ocorra essa apreciação. Ao comentar a disputa presidencial, Anthony afirmou que uma vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) provocaria "uma virada" no País. Ele acredita, no entanto, que o eleitorado levará em conta a falta de experiência do petista. Sobre a possibilidade de José Serra (PSDB) adotar uma postura "desenvolvimentista", o economista ponderou que os problemas fiscais do País limitariam a adoção de uma política de estímulo à produção local. E, mesmo se adotada, Anthony acha que o sucesso seria limitado porque os países asiáticos têm mão de obra mais barata e já asseguraram nichos. Vulnerabilidade externa Anthony ponderou que o País está numa encruzilhada, porque depende de três definições: a eleição presidencial, a continuidade das reformas econômicas e a retomada do crescimento global. Um dos desafios dos governantes a serem eleitos em outubro, segundo ele, é dar continuidade à estabilidade econômica, considerada recente e, assim, frágil. Ao mesmo tempo, Anthony destacou a necessidade de reduzir a taxa de inflação "que ainda é alta" e de manter a rígida disciplina fiscal. Um crescimento econômico mais forte, associado a reforma tributária e um aumento da poupança doméstica, é fundamental para o País enfrentar sua vulnerabilidade externa, de acordo com Anthony. Ele lembrou que o País precisa de cerca de US$ 50 bilhões em financiamentos externos em 2002. O Brasil disputa com o México, de acordo com a metodologia usada, o primeiro lugar em dependência externa. "O País precisa reduzir o déficit em conta corrente. Este é um fator de preocupação", alertou, referindo-se ao déficit de cerca de US$ 21 bilhões neste ano, contra os US$ 23 bilhões de 2001. "A partir de uma perspectiva de risco, num cenário ruim, as reservas do País não cobririam suas necessidades", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.