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AEB elevará previsão de superávit comercial

A Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB) vai revisar para cima sua projeção de superávit comercial neste ano. Em dezembro, a entidade estimava um saldo positivo de US$ 4,2 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB) vai revisar para cima sua projeção de superávit comercial neste ano. Em dezembro, a entidade estimava um saldo positivo de US$ 4,2 bilhões. Levando em conta que a alta do dólar e a queda na atividade industrial e no nível de emprego resultarão em forte impacto na demanda por importados, a entidade acredita que o saldo positivo será ainda maior. "Vamos revisara projeção na semana que vem, assim que saírem os números da balança de julho", disse José Augusto de Castro, diretor da AEB. Apesar de, pelo menos em tese, a desvalorização cambial favorecer as exportações, a AEB não acredita em aumento das vendas externas. "Não há demanda para vendermos. A Argentina, que era um grande importador nosso, evaporou. A Europa e os Estados Unidos também não estão em seus melhores momentos", disse Castro. Agosto deve registrar uma melhora no volume financeiro de vendas por conta dos embarques de soja. Também a partir de outubro, quando deve estar em vigor o acordo comercial entre Brasil e México, a expectativa é de impulso extra nas exportações. Crédito A redução das linhas de crédito internacionais para o comércio exterior e os pedidos de desconto feitos por importadores podem anular eventuais ganhos de competitividade obtidos com a desvalorização cambial no Brasil. Os efeitos do enxugamento da oferta de financiamento, avalia Castro, só será sentido na balança nos próximos meses. Até agora, os embarques têm cumprido contratos previamente acertados, quando havia mais disponibilidade de recursos. Só que o atual enxugamento das linhas criará dificuldades para os exportadores produzirem e cumprirem contratos que venham a ser fechados. Segundo Castro, embora em volume menor, ainda existe crédito para exportações no mercado interno, mas a concessão está muito mais seletiva. "Recorrer às linhas internas seria uma opção, mas as empresas que não têm bons cadastros não conseguirão obter recursos", afirmou. Castro estima que a oferta de linhas de crédito obtidas no mercado interno tenham recuado em 40% nas últimas semanas. No que ser refere aos pedidos de desconto, são procedimentos usuais em casos de forte desvalorização cambial. "O importador acha que tem direito de se beneficiar do ganho do exportador e pede descontos de preço, que são negociados contrato a contrato", afirmou. Em média, os descontos têm sido de 15%.

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