Publicidade

AES dá novo calote no BNDES

Por Agencia Estado
Atualização:

O BNDES pode leiloar as ações pertencentes ao consórcio SEB (formado pelas norte-americanas Mirant e AES e pelo banco brasileiro Opportunity) na Cemig, distribuidora de energia do Estado de Minas Gerais. O consórcio deixou de pagar, na última quinta-feira, uma parcela de US$ 87 milhões com o banco, referente a um empréstimo de US$ 526 milhões tomado para comprar uma parcela do controle da companhia. Segundo fonte próxima às negociações, a resposta do banco neste caso pode seguir o modelo adotado no caso do calote da mesma AES nos empréstimos para a compra da Eletropaulo. Como no contrato da Eletropaulo, ações da Cemig foram dadas como garantia para a liberação dos recursos. A SEB usou dinheiro do banco estatal para adquirir 33% do capital ordinário da distribuidora mineira. No caso da Eletropaulo, o BNDES já deu início a um processo de liquidação extra-judicial das garantias de uma dívida de US$ 1,2 bilhão e pretende vender as ações em leilão. O consórcio SEB enviou uma carta ao BNDES comunicando que não tinha condições de honrar a parcela. Procurados pela Agência Estado, o representante da Mirant não retornou as ligações e o Opportunity preferiu não comentar o assunto. A AES é majoritária no consórcio, com 65% de participação. A Mirant detém 35% e o banco brasileiro, os 10% restantes. O presidente da Cemig, Djalma Morais, garantiu que a inadimplência da AES não compromete a situação da Cemig. Como Minas Gerais já tem o controle da Cemig, o superintendente de relações com investidores, Luis Fernando Rolla, avaliou que não seria interessante comprar mais ações da própria empresa, caso esses papéis, dados como garantia ao empréstimo da AES, sejam objeto de leilão. Segundo ele, a Cemig se colocou à disposição para participar da Eletropaulo, seja por meio de aquisição de ações, ou pela própria atuação operacional da empresa paulista. Segundo ele, a Cemig teria a receber do BNDES empréstimo de R$ 1 bilhão, referente às perdas com o racionamento. Uma das soluções seria o recebimento desses créditos em ativos, como a fatia na Eletropaulo. "Com isso ajudamos o governo a solucionar a situação e ampliaríamos os nossos ativos no mercado da empresa."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.