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Africano recebe menos que vaca européia, diz Banco Mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma vaca européia recebe, em média, mais subsídios por ano que toda a renda de uma pessoa na África. Esse foi um dos argumentos usados ontem pelo presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, para mostrar que protecionismo agrícola precisa acabar e defender rapidez nas negociações na Organização Mundial do Comércio para lutar contra a pobreza no mundo. "Essa situação não pode se manter, pois representa uma incoerência entre o comércio e desenvolvimento", afirmou. Wolfensohn esteve reunido na OMC para debater, juntamente com o FMI, estratégias entre as três instituições para lidar com temas como o crescimento da economia mundial e o desenvolvimento dos países pobres. "O comércio deve fazer parte das estratégias de luta contra a pobreza", afirmou Wolfensohn, destacando que a liberdade agrícola provocaria ganhos de até US$ 400 bilhões aos países em desenvolvimento. Segundo ele, um dos itens que precisa ser atacado é o do subsídio que os produtores rurais nos países ricos recebem. Wolfensohn alertou que um terço da renda dos agricultores no mundo desenvolvido vem da ajuda estatal. "Os Estados Unidos dão mais subsídios aos seus produtores de algodão que toda a ajuda à população africana", afirmou. Já o diretor do FMI, Horst Kohler, afirma que se agricultura não for liberada nas negociações da OMC, a pobreza no mundo não conseguirá ser reduzida até 2015, como quer a ONU. "O comércio é o veículo para se combater a pobreza", afirmou. Para ele, "não há desculpa política para não se concluir a rodada da OMC até 2005". Segundo Kohler, a redução de tarifas garantiria o crescimento de muitas economias e tiraria milhões de pessoas da pobreza. Tanto o Banco Mundial como o FMI estão pedindo que os líderes mundiais aproveitem a reunião do G-8 (grupo das oito principais economias do mundo), que ocorre na França em junho, para darem sinais concretos de que estão dispostos a avançar com as negociações em Genebra, praticamente paralisadas diante da falta de consenso entre os países.

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