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Agência Estado premia campeãs em retorno ao acionista

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Por Redação
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Suscetível a rumores e a especulações que imprimem às ações negociadas em Bolsa alta volatilidade, sobretudo em tempos de crise, o mercado de capitais guarda uma relação estreita com as expectativas em relação à economia real. Com a intensificação da crise internacional, os investidores buscaram papéis de empresas focadas no mercado interno, receita garantida e boas pagadoras de dividendos. É o que mostra o resultado do ranking elaborado pela Agência Estado, em parceria com a Economática. O levantamento avaliou 199 empresas de capital aberto, com patrimônio líquido superior a R$ 10 milhões, a partir de sete critérios (rentabilidade, retorno, risco e liquidez, além de indicadores fundamentalistas) elaborados exclusivamente para a premiação. As dez primeiras colocadas recebem hoje o prêmio Destaque AE Empresas. A solenidade de entrega do prêmio, que chega à sua nona edição, terá a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, além de executivos das maiores companhias de capital aberto do País. Nesse cenário de busca de ações de empresas voltadas ao mercado interno, ganharam relevância os papéis de companhias do setor varejista e de concessão de serviços, como energia, telecomunicações e concessões rodoviárias. "O resultado reflete bem a tendência econômica após a crise mundial, com foco no mercado nacional. Em 2007, quando as commodities estavam em alta, o destaque foram as exportadoras e o setor financeiro", diz o presidente da Economática, Fernando Exel. Da mesma forma que o Brasil não foi tão penalizado pela crise econômica como outros países, as empresas brasileiras também sofreram menos. De acordo com cálculos da Economática, a mediana da variação do lucro por ação das empresas de capital aberto brasileiras foi positiva em 4,9%, enquanto nos Estados Unidos foi negativa em 13,3%. Dos países da América Latina analisados, além do Brasil, apenas Chile teve resultado positivo em 0,1%. Ao mesmo tempo, na comparação dos índices das bolsas desses países, o Brasil foi um dos mais penalizados. "O Brasil paga o preço pela sua alta liquidez, por isso, a queda da Bovespa foi desproporcional e não refletiu o fato de as empresas brasileiras terem sofrido menos do que as de outros países", diz Exel. Se a elevada liquidez representou em 2008 uma queda de preço para as ações negociadas na bolsa brasileira, para 2009 o elevado volume de negócios tem significado uma recuperação mais rápida. Enquanto o Ibovespa subiu 38,6% do início deste ano até 15 de junho, o índice Dow Jones perdeu 1,9%, superando o desempenho de todos os outros países analisados, exceto Argentina e Peru.

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