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Agenda da semana deve acirrar debate sobre demanda

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e FRANCISCO CARLOS DE ASSIS E FLAVIO LEONEL
Atualização:

O debate a respeito da pressão da demanda sobre a inflação ganhará um novo ingrediente na semana que vem. Na quinta-feira, o IBGE divulgará o resultado das vendas no varejo referentes a março. Ainda que seja "atrasado", como dizem os especialistas, é o indicador que se tem e é também com ele, entre outros, que trabalha o Banco Central para definir o rumo da política monetária brasileira. Em fevereiro, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) apresentou queda de 1,50% ante janeiro e alta de 12,20% em relação ao mesmo mês do ano passado. Nas mesmas bases de comparação, a produção industrial caiu 0,50% e subiu 9,70%. Em março, a atividade do setor fabril expandiu-se 0,40% e 1,30%, respectivamente, e pode dar um sinal do que vem por aí. Apesar de a tendência ser a mesma nos dois indicadores, a magnitude das taxas do varejo tem sido muito mais forte. "O que vale mesmo, a fim de avaliação entre a demanda e a oferta, são os dados do comércio", comentou durante a semana o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho Filho, após a divulgação dos dados da indústria. Se esse possível descompasso entre a oferta e a demanda realmente chegou aos preços é outro ponto que pode ser mais bem avaliado nos próximos dias, já que o cardápio de indicadores de inflação está bastante farto. Logo na segunda-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará o resultado da primeira quadrissemana do IPC. Em idêntica divulgação de abril, o índice havia subido 0,38%, mas apresentou aceleração contínua durante o mês e trouxe, na última divulgação, uma taxa de 0,54%, a maior variação mensal de 2008. No mesmo dia da divulgação da PMC, é a vez de a Fundação Getúlio Vargas (FGV) trazer o primeiro índice de inflação fechado de maio, o IGP-10. As duas últimas divulgações de inflação no atacado (o IGP-DI e o IGP-M) vieram bem salgadas, com elevações de 0,69% e de 1,12%, respectivamente, surpreendendo o mercado financeiro. Em abril, o índice foi de 0,45%. No dia seguinte, a mesma FGV volta à cena com um indicador específico para o consumidor, o IPC-S referente à segunda quadrissemana do mês. Na primeira apuração, o indicador apresentou alta de 0,83%. Além do calendário diferenciado, vale acompanhar também as divulgações tradicionais das segundas-feiras: a pesquisa Focus e a balança comercial. A primeira será divulgada pelo Banco Central a partir das 8h30 e a segunda, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), às 11 horas.

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