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Agenda econômica tem ata do Copom entre destaques

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e FLAVIO LEONEL E RENATO MARTINS
Atualização:

A agenda econômica doméstica desta semana está repleta de indicadores que darão ao mercado uma boa noção de como anda a economia do País no presente e pistas do que poderá vir a acontecer num futuro bem próximo. O evento mais aguardado por analistas e estrategistas de mercado acontece na manhã de quinta-feira (25), com a divulgação da ata da última reunião do Copom, que decidiu pela interrupção da política de corte de juros. Na Bolsa de Valores de São Paulo, a expectativa é pela estréia dos papéis da própria Bolsa, na sexta-feira (26). Há um grau de expectativa maior que o usual pelo mercado para ler o teor da ata do Copom que deverá, espera-se, detalhar os motivos e visão dos diretores do BC que contribuíram para que o Copom optasse pela manutenção da taxa em 11,25% anuais, depois de mais de dois anos de flexibilização da política monetária. Mas até a quinta-feira serão conhecidos vários outros dados. O primeiro, na segunda-feira (22), é a pesquisa Focus, do Banco Central, que traz as expectativas do mercado financeiro para os indicadores macroeconômicos para este e para o próximo ano. A Focus, bem como as instituições oficiais, já tem atribuído mais peso para os indicadores que fornecerão números para a avaliação do cenário econômico em 2008. Para o mercado, de forma geral, o ano de 2007 já está consolidado. Não há mais tempo suficiente para mudanças significativas, nem para o bem e nem para o mal, a não ser que ocorra uma "hecatombe" na economia mundial. Portanto, a essa altura do ano, as previsões para o crescimento econômico, inflação, juros, balança comercial e contas externas, entre outras variáveis na Focus, começam a ganhar mais peso para o próximo ano. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) traz a público o saldo da balança comercial ao longo da terceira semana de outubro. Na semana anterior, a diferença entre as exportações e as importações promovidas pelo País foi um superávit de US$ 1,060 bilhão. No período, foi embarcado o equivalente a US$ 3,010 bilhões e desembarcado volume no valor de US$ 1,950 bilhão. No ano, a balança já acumula um superávit da ordem de US$ 32,490 bilhões. O BC também divulgará na segunda-feira os números referentes à conta corrente do balanço de pagamentos de setembro. Em agosto, as transações correntes fecharam com um superávit de US$ 1,354 bilhão. O principal componente deste indicador é a balança comercial, que, no mês passado, fechou com superávit de US$ 3,471 bilhões, valor ligeiramente menor que os US$ 3,535 bilhões apurados em agosto. Na esteira da divulgação das transações correntes, o BC anunciará também, no mesmo dia, a entrada de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no País. Em agosto, o IED foi de US$ 2,040 bilhões. Para fechar a agenda da segunda-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará a inflação de mercado no âmbito do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) no período que compreende a segunda prévia do outubro. Pressionado, sobretudo, pelos preços agrícolas no atacado, no mesmo período de setembro o IGP-M veio com uma alta de 1,05%. Para o levantamento do segundo decêndio, há uma expectativa de desaceleração na taxa. Na terça-feira (23), a FGV anuncia a inflação no varejo pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na terceira quadrissemana de outubro. Em setembro, no terceiro levantamento, o IPC-S registrou uma inflação de 0,25%. Na primeira medição de outubro, o indicador já mostrou uma pequena alta, de 0,34%. Na segunda, subiu 0,37%. A partir da quarta-feira (24), a agenda volta a ficar mais carregada. Não tanto pelo volume, mas pela relevância dos indicadores como definidores de tendência. Nesse dia, o IBGE divulgará a inflação para o período de 30 dias até 15 de outubro pelo IPCA-15. Este é um indicador importante porque foi a partir dele, no mês de agosto, que o mercado começou a admitir que há um componente de demanda imprimindo a pressão sobre a inflação. Em setembro, este indicador desacelerou o seu ritmo de alta para 0,29%, de uma alta de 0,42% em agosto. Mas como foi o IPCA-15 que detonou a mudança de percepção dos analistas, ele passou, pelo menos por um período, a ditar os rumos da inflação até mais que o próprio IPCA fechado, que passou, na visão de alguns economistas, a percorrer, simplesmente, o caminho determinado pelo IPCA-15. Na área fiscal, o Tesouro Nacional divulgará, também na quarta-feira, o superávit primário do Governo Central em setembro. Compõem esta rubrica os números das contas do Banco Central, do próprio Tesouro e do INSS. Em agosto, o primário do Governo Central fechou em positivo em R$ 3,550 bilhões. Importante indicador antecedente de atividade, a taxa de Emprego e Desemprego referente a setembro será divulgada pelo IBGE na quinta-feira, no âmbito da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Espera-se que este indicador já contabilize alguma melhora, uma vez que ele retratará o mercado de trabalho em um mês em que boa parte da indústria e do comércio começa a contratar e a treinar trabalhadores para atender a melhora sazonal das vendas no final do ano. Em agosto, a taxa de Desemprego fechou numa proporção de 9,50% da População Economicamente Ativa (PEA) estimada pelo IBGE. Na sexta-feira (26), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informará a taxa média de inflação para a cidade de São Paulo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na terceira quadrissemana de outubro. Na mesma medição em setembro, a taxa foi de 0,18% e, na segunda parcial de outubro, divulgada ontem, os preços subiram em média 0,19%, ante 0,26% na primeira quadrissemana. A Bovespa viverá um marco das ofertas de ações, quando chegarão ao mercado os papéis da própria Bolsa, na sexta-feira (26). A colocação secundária deverá superar R$ 4 bilhões, segundo estimativas. Outra empresa tradicional que estréia a negociação de ações é a Lojas Marisa. Enquanto o mercado se agita com o avanço de abertura de capital, segue o período de divulgação dos balanços referentes ao terceiro trimestre de grandes companhias listadas na Bolsa. Na terça-feira, saem os números da Brasil Telecom e, na quarta, os da Natura. Na quinta-feira, saem as demonstrações financeiras da Gol, Perdigão, Sadia, Suzano papel e Celulose e, fechando o dia a Vale do Rio Doce. EUA Também nos Estados Unidos, o mercado ficará de olho em indicadores que permitirão medir a temperatura da atividade econômica. Os mais importantes são o índice de atividade nacional, calculado pelo Fed de Chicago e que sai na segunda-feira; as vendas do comércio varejista até 20 de outubro, na terça; o índice do setor de hipotecas, na quarta, mesmo dia da divulgação dos dados de estoques de petróleo, gasolina e derivados; os pedidos de auxílio-desemprego e as encomendas de bens duráveis, na quinta; e índice de sentimento do consumidor, que a Universidade de Michigan divulga na sexta-feira.

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