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Agnelli diz que Xstrata não é prioridade para a Vale

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

O presidente-executivo da Vale, Roger Agnelli, afirmou nesta terça-feira que a compra da mineradora anglo-suíça Xstrata não é uma prioridade para a companhia brasileira, que analisa outras oportunidades. Segundo ele, as duas empresas continuam negociando e a questão dos direitos de comercialização dos produtos da eventual combinação de Vale e Xstrata permanece sendo uma das dificuldades para um acordo. "É uma operação difícil, não é simples, tem questões envolvendo a comercialização. A gente está conversando, mas não é uma coisa que é uma prioridades pra a Vale", disse Agnelli a jornalistas em São Paulo, após participar de um evento. "Estamos no estágio que sempre estivemos. Namoro é namoro, até chegar no casamento demora muito. Estamos preparados para fazer a aquisição, mas não vamos abrir mão do que é fundamental pra nós, que é gerar valor para o acionista", acrescentou. Após insistência dos jornalistas, que perguntaram se houve algum avanço nas conversas durante os últimos dias, Agnelli afirmou: "Você tem avanço pra frente e avanço pra trás, então teve avanço, se for nesse sentido pode ter tido avanço. Ou pra frente ou pra trás teve avanço". A trading suíça Glencore, principal acionista da Xstrata, é responsável pela comercialização de uma parte importante dos produtos da empresa e gostaria de manter ou ampliar esses direitos em uma eventual fusão. Agnelli discordou da opinião de alguns analistas de que a turbulência nos mercados e a queda do valor das ações da Vale nos últimos dias afetou negativamente as negociações com a Xstrata. "Qualquer volatilidade do mercado não afeta uma negociação desse tamanho. O valor não é determinado pelo preço do dia, é determinado pelo valor intrínsico da companhia e pela capacidade de geração de caixa." Ele também buscou minimizar a recente queda nos futuros das commodities de maneira geral, afirmando que a demanda continua firme, principalmente na Ásia, além de ressaltar que o minério de ferro não é negociado em bolsa. "As commodities ainda estão acima do preço de fechamento de 2007. A demanda está forte, então a prioridade da Vale é atender a demanda", disse. "Alguns me perguntam se o ciclo de alta das commodities já acabou. Acho que não, acho que estamos nele e que vamos continuar nele por um bom tempo", acrescentou o executivo. (Texto de Marcelo Teixeira; Edição de Denise Luna)

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