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‘Agora, não tem ninguém nem para servir água’, diz demitido

Anatel cortou a zero seu serviço de copa; há um ano e meio, tinha em seus quadros 26 garçons e 26 copeiras

Por Eduardo Rodrigues/BRASÍLIA
Atualização:
Marcelo Lemos deixou agência depois de nove anos Foto: André Dusek|ESTADÃO

Demitido no corte de contratos terceirizados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o garçom Marcelo Lemos, 37 anos, acredita que a alegada economia de gastos das agências reguladoras não terá os resultados esperados pelo governo. Para ele, o fim de alguns serviços prestados nas sedes dos órgãos pode até dificultar as atividades dos servidores e mesmo aumentar custos para as autarquias. “O corte foi para economizar, mas agora gasta-se mais em outras coisas”, diz.

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Após nove anos de serviços na agência, Lemos viu o último contrato de serviço de copa ser extinguido após um decreto do governo de outubro do ano passado ter determinado uma meta de 20% de economia no orçamento dos órgãos federais. Segundo ele, o atual contrato, que tinha duração de cinco anos, foi encerrado com apenas um ano e quatro meses de vigência.

“Foi um corte gradativo. Éramos 26 garçons e 26 copeiras nos edifícios sede da agência em Brasília. O efetivo foi cortado para 13 garçons e quatro copeiras em um primeiro momento, e para zero agora”, afirma. “Mesmo quando há reuniões com empresários e delegações de outros países, não tem ninguém para servir água. E isso com o ar-condicionado no mínimo”, completa.

Lemos agora presta serviços para um buffet de eventos em Brasília e trabalha aos finais de semana em um restaurante no Lago Norte, área nobre da capital. Mas, segundo ele, a maioria dos ex-colegas com quem tem contato não conseguiu recolocação no mercado. 

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