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Agosto pode ter a maior saída de dólares no ano

Por Eduardo Cucolo
Atualização:

O Brasil registrou remessas de dólares ao exterior superiores às entradas na semana passada, período em que a moeda norte-americana teve forte alta e o governo anunciou uma nova estratégia para segurar as cotações. O Banco Central informou nesta quarta-feira, 28, que o envio de recursos superou a entrada em US$ 2,47 bilhões entre os dias 19 e 23. Trata-se da segunda maior perda de dólares em uma semana neste ano, atrás apenas do verificado entre os dias 8 e 12 de abril (US$ 2,94 bilhões).No acumulado de agosto, até dia 23, o fluxo de recursos está negativo em US$ 2,8 bilhões. Se o resultado permanecer nesse patamar, será o mês com maior saída de recursos este ano. O pior resultado até o momento é a fuga de US$ 2,6 bilhões em junho.Apesar do resultado negativo, a moeda norte-americana encerrou em baixa nesta quarta. Contribuíram para isso, entre outros fatores, os leilões diários do BC e a percepção de que a saída recente de capital se dá, principalmente, nas operações comerciais. No comércio exterior, o saldo está negativo em US$ 1,6 bilhão em agosto, com importações de US$ 14,9 bilhões e exportações de US$ 13,3 bilhões. As operações financeiras, que incluem investimentos estrangeiros e remessas de lucros, por exemplo, responderam por uma saída líquida de US$ 1,2 bilhão.No acumulado do ano até último dia 23, o fluxo ainda está positivo, em US$ 5,3 bilhões, com entrada de US$ 15,2 bilhões no comércio e saída de US$ 9,9 bilhões no financeiro. No mesmo período de 2012, o total estava positivo em US$ 22,1 bilhões.O BC também informou que emprestou ao mercado financeiro US$ 2,11 bilhões no leilão de venda da moeda estrangeira com recompra realizado na terça-feira da semana passada, 20. Na ocasião, foram ofertados US$ 4 bilhões. Os recursos retornam para as reservas internacionais em 2014. Como existe o compromisso de recomprar o dinheiro, a operação é considerada um empréstimo de dólares.Na semana passada, o BC anunciou que fará leilões diários no mercado de câmbio. De segunda a quinta-feira, venderá contratos (swap). Na sexta fará os empréstimos. A estimativa é que a instituição injete cerca de R$ 100 bilhões no mercado este ano.

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