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Agricultores ampliam bloqueios em rodovias e agências bancárias

Em São Paulo, Goiás e no Rio Grande do Sul, produtores rurais continuam bloqueando rodovias até que governo divulgue novas medidas para agricultura

Por Agencia Estado
Atualização:

Agricultores do interior de São Paulo ampliaram nesta sexta-feira o bloqueio da entrada de agências bancárias na região noroeste do Estado. Agora, além de Birigui, Coroados e Guararapes, eles interditaram unidades em Glicério, cidade vizinha. O bloqueio entrou no segundo dia e continuará, segundo os produtores, pelo menos até dia 25 - data em que o governo marcou para divulgar as novas medidas para a agricultura. Nesta sexta-feira, o Bradesco conseguiu da Justiça Estadual liminar para abrir sua agência de Birigui, mas os outros bancos continuaram fechados. Lojas do Comércio do Centro de Birigüi fecharam as portas por meia hora na manhã desta sexta-feira em apoio aos agricultores. Pressão em Goiás Em Goiânia, grupos de produtores rurais, aliados a comerciantes e a profissionais da área de serviço garantem que também vão manter os protestos nas principais rodovias federais e estaduais das regiões Sul e Sudoeste de Goiás, as principais produtoras de grãos do Estado. "Os produtores estão afundados em dívidas até o pescoço", afirmou Rodrigo Marins, produtor de milho no município de Mineiros. "Só abandonamos os bloqueios das estradas quando o Governo de Brasília anunciar as medidas que resolvam os nossos problemas", disse. "Caso contrário, e é por isso que só acreditamos vendo, vamos manter a pressão". A expectativa dos manifestantes, em 28 das 42 cidades que estão em protestos, é a de avaliar o movimento na próxima quinta-feira, data prometida pelo Governo Federal para anunciar as novas medidas. É quando decidirão pelo fim ou intensificação dos protestos. Produtores começaram o dia com um bloqueio parcial na BR-060 que corta o perímetro urbano do município de Rio Verde. Além de distribuírem panfletos, explicando as motivações do chamado "afunilamento", eles bloquearam somente a passagem de caminhões carregados com grãos ou insumos agrícolas. "Os produtores estão fazendo o seguinte: eles abrem e fecham as estradas, entregam um panfleto, que o manifesto com as reivindicações do campo, e liberam todo mundo", explicou Artur Toledo, assessor técnico da Faeg (Federação de Agricultura do Estado de Goiás). "Não há incidentes nem confrontos, só panfletagem", acrescentou. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) intensificou, nesta sexta-feira, a fiscalização sobre as rodovias federais, visando impedir os bloqueios: "Não queremos que os produtores rurais bloqueiem as rodovias", explicou o inspetor Newton Morais. "Há um acordo, que deverá ser respeitado, no qual o tráfego poderá se tornar lento porém a estrada não fica bloqueada", disse o inspetor. Justiça ordena desbloqueio No Rio Grande do Sul o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul ajuizou, na quinta-feira várias ações civis públicas contra o bloqueio de três rodovias gaúchas pelos agricultores, que ainda interrompem o trânsito no Estado: a BR-285 no entroncamento com RS-168, em Carazinho e também nos trevos de acesso a Ijuí e Entre-Ijuís e na RS-344, em Giruá, todas localizadas na Região Norte. O Promotor de Justiça de São Luiz Gonzaga, Belmiro Pedro Welter, que pedia o desbloqueio na BR-285 nos entroncamentos que dão passagem para cidades como Bossoroca, Santiago e outras localidades sustentou o seu pedido: "A liberdade geral da população é superior ao direito de protesto de apenas um grupo social". A ação, ajuizada pela manhã, foi homologada à tarde pela juíza da 1ª Vara Cível do município, Conceição Aparecida Sampaio. Os cerca de mil agricultores que participavam do protesto, desobstruíram a rodovia pacificamente. No centro de Carazinho, os agricultores fizeram um protesto diferente. Num tratoraço realizado até a frente da agência local do Banco do Brasil, onde entraram com quatro porcos, três galinhas e um galo, além de várias sacas de milho e soja. O protesto significa o pagamento simbólico de suas dívidas com o banco.

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