PUBLICIDADE

Publicidade

Agrishow espera fechar R$ 3 bi em negócios

Principal feira do agronegócio do País deve receber 150 mil pessoas em cinco dias; abertura foi marcada por duras críticas ao governo federal

Por Rene Moreira e Gustavo Porto – O Estado de S. Paulo
Atualização:

A principal feira do agronegócio do País, a Agrishow, tem a expectativa de receber 150 mil pessoas e fechar perto de R$ 3 bilhões em negócios. A cifra superaria a edição passada, quando foram contabilizados R$ 2,6 bilhões. A 24ª edição do evento teve início nesta segunda-feira e vai até 2 de maio. 

PUBLICIDADE

A abertura do evento foi marcada por duras críticas ao governo. O empresário Maurílio Biagi Filho, presidente da Agrishow, destacou a ausência de Dilma, que esteve pela última vez no evento em 2010, como pré-candidata. "A presidente comete um equívoco ao não comparecer a um evento como esse. Talvez ela não tenha vindo porque aqui é uma região produtora de cana e o pessoal está um pouco bravo com ela", disse. Sem citar nomes, Biagi afirmou "o País está no caminho errado". "Todos nós queremos que algo novo aconteça, se não ocorrer, o País terá problemas seríssimos", disse.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, lembrou o onerado setor produtivo de bens de capital. Apesar de classificar a Abimaq como uma entidade apolítica, Aubert não escondeu o descontentamento com o governo federal. "Vamos apoiar quem apresentar um País melhor, porque a indústria de base no Brasil está acabando nos últimos oito anos. Vamos apoiar quem tirar a carga tributária de quem produz", concluiu.

Já o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, considerou leviano declarar voto a qualquer candidato neste momento."Ninguém tem um projeto", disse. Para ele, assim que os projetos forem apresentados ao setor, "vamos ter de nos posicionar e mostrar carimbos a cada um", disse.

Defesa. O ministro da Agricultura, Neri Geller, também presente ao evento na segunda-feira, rebateu as críticas. "Eu gostaria de saber onde estão as lideranças que criticam governo, pois lá dentro do Ministério da Agricultura tem lideranças da Aprosoja, da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e de federações do Centro-Oeste", disse. "O Ministério está sempre presente e vocês sabem disso", ressaltou em entrevista a jornalistas.

Geller, no entanto, admitiu que "pode ter algum setor descontente" no agronegócio, mas que o ministério é acessível às críticas. "Não nos omitimos e fizemos muitas coisas. O descontentamento pode ser por parte de algum setor. Mas, com certeza, a grande maioria está dentro do governo federal, defendendo os interesses e reconhecendo os avanços em logística, crédito, seguro e comercialização", afirmou.

A cerimônia teve ainda outras autoridades e foi encerrada com o discurso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que anunciou a construção de um Museu da Agricultura e Tecnologia na área da feira. A licitação sairá nos próximos 30 dias e serão disponibilizados para a obra R$ 16 milhões. "A Agrishow é um instrumento para o setor. Mais importante do que as máquinas em si é o resultado delas, que produzem alimentos e energia".

Publicidade

Pesquisa. Nesta edição da feira, foi lançada o Prêmio Brasil Agrociência, visando estimular cientistas e pesquisadores a desenvolver estudos em favor da agricultura. Será distribuída entre os vencedores a quantia de R$ 150 mil, montante que pode ser ampliado nos próximos anos. Em 2014 são esperados visitantes de mais de 50 países na Agrishow. 

Nesta terça-feira, muitos deles participam da 15ª Rodada Internacional de Negócios, que envolverá fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, além de equipamentos de irrigação. 

O evento tem quase 800 expositores e apresenta os avanços tecnológicos disponíveis para o produtor rural em máquinas, implementos, equipamentos, veículos, sementes, insumos, softwares e demais produtos e serviços para melhorar a produtividade do setor.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.