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Agropecuária da Região Sul reage e cresce quase 20% em 2013

Depois de ser castigada pela seca no ano passado, PIB agropecuário dos estados sulistas apresenta forte recuperação e ajuda a segurar a economia do País

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

SÃO PAULO - A riqueza gerada pela agricultura e pela pecuária da Região Sul vai dar um salto neste ano e, ao lado do desempenho do Centro-Oeste, deve sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

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A perspectiva é que o PIB agropecuário da Região Sul cresça este ano 19,4%, após retração de 8,7% em 2012, segundo estudo feito pela Tendências Consultoria Integrada.

"O PIB agropecuário deverá mostrar forte alta em 2013 por causa, principalmente, da retomada da agropecuária da Região Sul, que foi bastante castigada pela seca em 2012", afirma a economista Camila Saito, responsável pelas projeções.

Para o ano, a expectativa da consultoria é que o PIB agropecuário do País como um todo cresça 10,5%, depois da queda de 2,3% em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A economista pondera, no entanto, que depois da Região Sul, a Região Centro-Oeste deverá ser responsável pela segunda maior taxa de crescimento do PIB agropecuário este ano, com 13,3% de alta ante 2012.

Ao contrário da Região Centro-Oeste, que é uma área de fronteira agrícola, o Sul se caracteriza por ser consolidado. "O agronegócio na Região Sul tem uma expansão vertical", afirma o consultor da Safras & Mercados, Paulo Molinari.

Como as áreas de produção já estão todas ocupadas, a importância da região se dá pelo aumento da produtividade do agronegócio como um todo, envolvendo não só os produtos primários, como grãos e carnes, mas outros estágios de processamento desses itens.

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Molinari destaca, por exemplo, que 55% da produção de frango do País está na Região Sul. "O Sul reúne 60% da agroindústria brasileira em número de empresas", lembra o consultor.

Isso faz da região campeã em agregação de valor nos produtos primários, apesar de perder para o Centro-Oeste em volumes de produção de algumas lavouras brutas, como a soja, por exemplo.

Estrela. O Estado tido como a estrela do agronegócio no Sul é o Paraná, afirma Molinari. O Paraná é não apenas o maior produtor de carne de frango, com 26% do volume nacional, mas também o maior produtor e consumidor de milho.

O Paraná também é o segundo maior produtor de soja, que é usada como ração na pecuária, na avicultura e na suinocultura.

Além disso, reúne, segundo Molinari, o maior número de cooperativas ligadas ao agronegócio. "O maior porto de exportação de produtos do agronegócio também está lá: o Porto de Paranaguá", diz o consultor.

Já o Estado de Santa Catarina se destaca pelas especificidades, observa Molinari. Apesar de ser um Estado de pequenas dimensões, é o único livre de febre aftosa sem vacinação.

Isso significa que a carne bovina produzida em Santa Catarina pode ser exportada para os Estados Unidos e o Japão, sem restrições. E esses são os mercados consumidores que melhor remuneram o produto.

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"Essa é uma evolução que coloca o Estado um pouco à frente no agronegócio, apesar de a maior parte do rebanho bovino nacional estar concentrada no Mato Grosso", afirma Molinari.

No caso do Rio Grande do Su, mesmo tendo uma agroindústria muito próxima da do Paraná, em termos de volumes, do ponto de vista de valor da produção o Estado fica aquém do Paraná, diz o consultor.

"Muitas indústrias saíram do Rio Grande do Sul e foram para outros Estados", observa. Isso reduziu a agregação de valor aos produtos agropecuários.

Participação. Do ponto de vista apenas da produção dentro da fazenda, a Região Sul responde por 25% de toda a riqueza gerada no campo, aponta o estudo da consultoria Tendências.

Trata-se da segunda maior fatia do PIB agropecuário do País. A liderança do ranking das regiões com maior participação na produção bruta agrícola e pecuária fica com o Sudeste.

Nessa lista das regiões, no terceiro lugar estão empatadas as regiões Centro-Oeste a Nordeste, cada uma delas com 17% de participação no PIB agropecuário. E a região "lanterninha" desse ranking é a Norte, com participação de 10%.

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