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AIE: forte recuo de demanda pode frear alta do petróleo

Por Patricia Lara
Atualização:

A Agência Internacional de Energia (AIE) traçou hoje um quadro favorável para o mercado global de produtores de petróleo, ao afirmar que a oferta de países que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não está se mantendo em nível superior ao ritmo de expansão do consumo e que será necessária uma grande redução da demanda para tirar o ímpeto dos preços elevados da commodity. Apesar da esperança dos consumidores de que uma queda na demanda por petróleo em países como os EUA ou entre os europeus possa ajudar a atenuar as condições apertadas do mercado global, a AIE afirmou que será necessário um declínio maior do consumo de petróleo, já que o aumento dos custos e a escassez de equipamentos estão atrasando projetos e a chegada de ofertas adicionais ao mercado. "Nós tivemos apenas um pequeno crescimento na oferta este ano de países que não estão na Opep. Há atrasos em alguns projetos nos países da Opep", afirmou o chefe da divisão de petróleo da AIE, Lawrence Eagles. Os países da Opep estão operando com velocidade máxima e, conseqüentemente, a capacidade produtiva ociosa das 13 nações do grupo está abaixo dos 2 milhões de barris por dia pela primeira vez desde 2006, observou o relatório de junho da AIE. O nível historicamente baixo de capacidade ociosa, que ocorre após anos de investimentos fracos no setor, torna a situação ainda pior para os consumidores, uma vez que a oferta de países que não estão na Opep deve crescer apenas 500 mil barris por dia, cerca de metade do volume projetado há alguns meses. Para consumidores, a nova perspectiva deve, provavelmente, trazer pouco alívio em relação aos preços recordes atuais. Nesta manhã, o contrato do petróleo leve (tipo WTI) com vencimento em julho subia 0,93%, para US$ 135,60 por barril, no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês). A AIE previu reduções adicionais do crescimento da demanda para este ano, assim como se esperava, diante das recentes revisões em baixa das taxas de crescimento econômico dos EUA e de várias nações da Ásia e da Europa. A AIE reduziu a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo em 2008 em 230 mil barris por dia, em relação ao prognóstico feito no mês passado. Agora, a AIE prevê expansão de 0,9% da demanda mundial por petróleo neste ano, ante o prognóstico anterior de que o crescimento seria de 1,2%. Criada em 1974, em resposta à crise do petróleo de 1973-1974, a AIE atua como organismo consultivo para as nações desenvolvidas. No entanto, a AIE revisou a previsão de crescimento da demanda pela China. Com os esforços de reconstrução após o terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu o país no mês passado, a demanda por petróleo na China deve crescer em média quase 8 milhões de barris por dia neste ano, um crescimento de 5,5% ante 2007. Anteriormente, a AIE previa aumento de 4,9% no comparativo com o ano anterior. A demanda chinesa também está recebendo o suporte da limitação dos preços internos de combustíveis, determinada pelo governo. As informações são da Dow Jones.

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