PUBLICIDADE

AIE reduz previsão de alta no consumo de petróleo em 2007

Redução foi de 0,1%; demanda deverá crescer 1,39 milhões de barris diários

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu sua previsão de aumento de consumo mundial de petróleo em 2007 de 1,7% para 1,6%. Com isso, a demanda global de petróleo deverá crescer em 1,39 milhão de barris diários, somando 85,8 milhões de barris por dia. Em seu relatório mensal divulgado nesta quinta-feira, 18, o organismo com sede em Paris salientou que os preços do petróleo atingiram seus níveis mais baixos dos últimos vinte meses no início de 2007. "A explicação para a recente queda nos preços parece simples: o clima (no Hemisfério Norte) está quente, a demanda tem sido fraca e a oferta da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) está acima dos níveis sinalizados por seus cortes na produção anunciados no final do ano passado", disse. Mas a agência ressaltou que os estoques de petróleo nos países consumidores têm declinado e isso, em algum ponto, poderá novamente pressionar os preços para cima. A produção mundial da commodity cresceu 110 mil barris diários em dezembro, atingindo uma média de 85,4 milhões de barris diários, estimulada principalmente pelo crescimento da oferta pelos países que não são membros da Opep. Entretanto, revisões na produção da Noruega, Canadá, México e outros países da América Latina fizeram com que a estimativa de oferta de petróleo nos países não membros da Opep fosse reduzida em 300 mil barris diários em 2007, somando 52,3 milhões de barris diários. Os estoques dos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caíram 33 milhões de barris em novembro e dados preliminares sugerem que essa tendência continuou em dezembro. Contratos de petróleo De acordo com a AIE, as vendas de contratos de petróleo feita pelos fundos de investimentos e uma mudança no humor dos participantes de mercado também tiveram influência na queda dos preços do petróleo. "Muitos relatórios apontam que gerentes de fundos passivos importantes têm reduzido sua exposição, talvez nas commodities em geral, mas certamente na energia e em alguns metais de base", disse. "Como a maioria dos fundos passivos reajustam suas posições no início de cada ano, movimentos coincidentes nos preços não deveriam surpreender." Mas, segundo a AIE, o recuo nos preços reflete principalmente os fundamentos do mercado do petróleo, não significando necessariamente uma mudança de sentimento em relação às commodities em geral. Além do clima quente, "o reinício dos cortes na produção da Opep oferece aos consumidores a prova de que há uma capacidade ociosa relevante no sistema e exerce uma pressão de baixa sobre os preços". Mas, observou a agência, essa tendência poderá não continuar, pois, caso os estoques de petróleo continuem declinando, em algum momento os mercados poderão pressionar para cima os preços, inclusive do mercado futuro. "Além disso, apesar das recentes altas na capacidade ociosa, ela continua pequena", disse. "E se os produtores adiarem futuros projetos de expansão por causa da queda nos preços, a capacidade ociosa poderá ficar apertada por um bom tempo." Brasil A AIE disse que as perspectivas de longo prazo para o crescimento da produção petrolífera do Brasil "podem estar escorregando", diante das notícias que sinalizam atrasos no início de operações nos campos de Jubarte e Roncador, ambos na Bacia de Campos (RJ), previsto para o final desta década. Mas em relação à produção do País neste ano, a agência manteve suas previsões praticamente inalteradas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.