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Ainda sem fim, crise não afeta PIB do Brasil--Mantega

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Por Redação
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta sexta-feira que as turbulências nos mercados globais ainda não acabaram, mas elas não terão impacto sobre a expansão da economia brasileira neste e nos próximos anos. "Acredito que essa turbulência financeira internacional ainda não terminou porque há necessidade de acomodações. Porém, ela tem repercussão muito pequena sobre o Brasil", disse Mantega a jornalistas após almoço com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. "(A crise) não vai alterar em nada a taxa de crescimento econômico, que deve ser de cerca de 4,5 por cento este ano, não vai atrapalhar nos próximos anos também", acrescentou. O número está ligeiramente abaixo da última previsão do Banco Central publicada em seu Relatório de Inflação do segundo trimestre, de 4,7 por cento. O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira não ver motivos para redução na projeção de crescimento do país apesar da crise imobiliária. JURO E CPMF Mantega disse ainda que a política monetária segue voltada para o combate à inflação. "A queda dos juros tem a ver exclusivamente com a taxa de inflação. Se a inflação está comportada, abaixo do centro da meta, então você pode ter espaço para continuidade da queda". Analistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá o ritmo da flexibilização monetária na reunião de setembro, dando um corte de 0,25 ponto na Selic, e fará uma pausa ainda neste ano, dada a aceleração recente da inflação e a crise de crédito. O último dado a surpreender o mercado veio na véspera. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu mais que o esperado em agosto, em 0,42 por cento, ante a alta de 0,24 por cento em julho. Analistas previam 0,28 por cento. Mantega também defendeu a cobrança da CPMF, dizendo que se ela não for prorrogada vai haver um "desequilíbrio brutal" nas contas do governo. "Não seríamos mais considerados um país seguro e equilibrado. Não sofremos com a turbulência dos mercado porque a política fiscal brasileira é responsável", disse ele. Além do impacto fiscal, Mantega citou também o efeito sobre os programas sociais do governo. "É incoerente a política de ampliar a cobertura social que vem fazendo esse governo com a redução da arrecadação do governo."

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