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Airbus anuncia fim da produção do superjumbo A380, o maior avião do mundo

Decisão foi tomada depois que a companhia aérea Emirates reduziu um pedido de 39 unidades do maior avião de passageiros do mundo

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Por Redação
Atualização:

PARIS - A Airbus anunciou nesta quinta-feira, 14, o fim da produção do A380, maior avião de passageiros do mundo e símbolo da empresa, cujas entregas serão encerradas em 2021, depois que a companhia Emirates decidiu reduzir um pedido de 39 exemplares do modelo.

O A380 tem dois decks de cabines espaçosas e 544 assentos para passageiros em layout padrão. Foi projetado para desafiar o legendário 747 da Boeing, mas não conseguiu se firmar quando as companhias aéreas apoiaram uma nova geração de jatos menores e mais ágeis.

A Airbus anunciou que registrou em 2018 lucro líquido de € 3,054bilhões Foto: Lionel Bonaventure / AFP

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A consequência desta decisão é que nosso livro de pedidos já não é suficiente para permitirmos manter a produção do A380", disse o presidente do grupo, Tom Enders, em um comunicado. "Isso encerrará as entregas do A380 em 2021." A Emirates substituiu o pedido por outro de 40 A330neo e 30 A350.A Airbus não informou o valor do pedido em razão de uma nova regra contábil que entrou em vigor recentemente e não detalhou as versões da aeronave.

Mas a empresa disse que "conversará com seus sócios nas próximas semanas sobre os 3 mil a 3,5 mil postos de trabalho que poderão ser afetados pela decisão nos próximos três anos".

Mesmo assim, segundo o grupo, "o atual aumento do ritmo (de produção) do A320 e o novo pedido de jumbos da Emirates oferecerão várias possibilidades de mobilidade interna."

Partes do A380 fora da linha de montagem na sede da Airbus em Blagnac, na França, nesta quinta,14. Foto: Regis Duvignau/Reuters

A decisão já era esperada, pois o futuro do A380 estava ligado à decisão, em 2018, da companhia aérea do Golfo de adquirir mais 36 A380, o que dava à Airbus "uma visibilidade, pelo menos, para os próximos 10 anos", indicou Enders.As conversas com sindicatos de funcionários devem começar nas próximas semanas, segundo a empresa. Os empregos em risco são principalmente na França e na Alemanha, mas também pode haver um impacto na Espanha e na Grã-Bretanha.

Respondendo a preocupações de bastidores de clientes de companhias aéreas da Ásia à Europa, Enders ressaltou que a Airbus continuará apoiando o A380 enquanto ele permanecer em operação.

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Cabine da primeira classe do 100º Airbus A380 recebido pela Emirates. Foto: Fabian Bimmer/Reuters - 3/11/2017

A Emirates, que construiu sua marca global em torno do A380 e do Boeing 777 e que possui 100 dos superjumbos da Airbus em sua frota, disse que ficou desapontada com o fechamento. "A Emirates tem sido um firme defensor do A380 desde a sua criação", disse o presidente da Emirates, xeque Ahmed bin Saeed al-Maktoum.

"Enquanto estamos decepcionados por ter que desistir de nosso pedido, e triste porque a linha de produção não pode ser mantida, aceitamos que essa é a realidade da situação", acrescentou.

O Airbus A380decola no aeroporto de Toulouse-Blagnac, na França, para seu voo inaugural, em 2005. Foto: Georges Gobet/AFP - 27/4/2005

Com vôo inaugural em 2005, o A380 foi um passo importante nos esforços da Airbus para competir em condições de igualdade com a Boeing. Mas as vendas dos maiores jatos de quatro motores da indústria caíram devido a melhorias em alternativas de bimotores mais leves, como o Boeing 787 e 777 ou o próprio A350 da Airbus.

"O que estamos vendo aqui é o fim da grande aeronave de quatro motores", disse Enders após sua última decisão importante antes de deixar o cargo em abril.

O presidente do grupo Airbus, Tom Enders: lucro da empresa cresceu 29% em 2018. Foto: Guillaume Horcajuelo/EFE

Lucro

A Airbus também anunciou que registrou em 2018 lucro líquido de € 3,054 bilhões, que representa alta de 29%, e faturamento de € 63,707 bilhões. A fabricante prevê entregar em 2019 entre 880 e 890 aviões comerciais, segundo um comunicado.

A companhia aeronáutica europeia ainda anunciou uma reserva € 436 milhões relacionada ao programa da aeronave de transporte militar A400M.

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"Apesar de 2018 ter nos proporcionado uma série de desafios, cumprimos nossos compromissos alcançando uma rentabilidade recorde graças a um sólido rendimento operacional, em especial no quarto trimestre", afirmou Enders. "Contando com uma lista de pedidos de cerca de 7,6 mil aeronaves, nos propomos a continuar melhorando ainda mais a produção de aviões." / AFP e Reuters

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