PUBLICIDADE

Ajuda da China terá contrapartidas, diz 'FT'

Por NOVA YORK
Atualização:

O provável envolvimento da China no plano de ajuda financeira à zona do euro dependerá de a Europa satisfazer determinadas condições, disseram dois assessores seniores do governo chinês ao jornal Financial Times.A China vai primeiro olhar no que consistiriam as contribuições de outros países, disseram Li Daokui, membro acadêmico do comitê de política monetária do banco central chinês, e Yu Yongding, ex-membro do mesmo comitê, segundo o jornal. Além disso, Pequim deve exigir garantias de segurança a seus investimentos, acrescentaram.Li disse ainda que a China pode também pedir que a Europa pare de criticar a política de câmbio do governo chinês. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou ontem que a ajuda da China não é necessária para salvar o euro, mas renovou o pedido de integração do país asiático aos mercados mundiais, dizendo ser "essencial" que o yuan participe do sistema global de câmbio. "Se os chineses, que controlam 60% das reservas mundiais de câmbio, decidem comprar euro em vez de dólar, por que deveríamos nos recusar?", questionou Sarkozy. "Nossa independência não será colocada em risco." O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) anunciou mais cedo que seu executivo-chefe, Klaus Regling, viajaria hoje a Pequim para discutir como a China poderá contribuir. Para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a possível contribuição da China para o fundo de resgate é uma consequência lógica dos benefícios colossais que o país asiático recebeu da globalização. "É coerente que países com superávits maiores façam uma contribuição para a estabilidade financeira global porque eles estão se beneficiando", declarou Barroso em entrevista à TV France 24. Barroso rejeitou, no entanto, que a Europa esteja recorrendo a outros países porque não pode suprir as próprias necessidades. "Nós não estamos implorando a ninguém por dinheiro."Ontem, o presidente francês conversou brevemente por telefone com o colega chinês, Hu Jintao, para informá-lo sobre o pacote de resgate da zona do euro fechado de madrugada em Bruxelas. / COLABOROU CLAUDIA TREVISAN

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.