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Alca trará poucos benefícios ao Brasil, dizem especialistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O ingresso do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) trará poucos benefícios ao País. A avaliação é de quatro executivos que participaram de uma discussão sobre o tema em seminário organizado pelo grupo Euromoney, que está sendo realizado hoje no Rio. O presidente da Silex e ex-secretário executivo da Camex, Roberto Gianneti da Fonseca, manifestou opinião de que o Brasil deveria priorizar as negociações no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), caso os Estados Unidos não façam concessões no projeto atual da Alca. Gianneti da Fonseca considera porém que algumas situações são absurdas e devem ser revistas. Segundo ele, alguns países europeus dão subsídios equivalentes a US$ 4 mil por ano para a proteção de um vaca. No caso do açúcar de beterraba, os governos europeus pagam US$ 600 por tonelada e exportam o produto por apenas US$ 250 por tonelada. "Estes absurdos devem ser revistos, mas não há prazo para isso", observou. O diretor da IBM, Cássio Antonio Calil, explicou porque na sua opinião o Brasil atrai poucos investimentos estrangeiros, especialmente na área de tecnologia. Calil comparou a situação do Brasil com as da Índia, da China e da Irlanda, considerando que os governos destes países têm posturas mais amigáveis a favor do setor privado. Ele disse que sente falta disso no Brasil. Frank Holder da empresa Kroll Inc. observou que o Brasil dificilmente conseguirá reverter o quadro de protecionismo dos países ricos. "Os brasileiros não votam nas eleições norte-americanas, e as autoridades daquele país estão preocupadas em proteger os setores econômicos que lhe garantem votos", afirmou Holder. O diretor da Bradespar, Rômulo de Mello Dias, juntamente com os demais considerara que a Alca, da maneira como está colocada, atende mais aos interesses dos Estados Unidos do que no Brasil.

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