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Álcool compensa alimentos e IPCA-15 repete alta

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Por Redação
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu em janeiro no mesmo ritmo de dezembro, refletindo uma alta maior dos alimentos, mas uma menor pressão dos combustíveis, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. O indicador avançou 0,70 por cento neste mês, a mesma taxa do anterior. Analistas consultados pela Reuters previam uma variação de 0,67 por cento. Os preços do grupo Alimentação e bebidas subiu 1,96 por cento em janeiro, contribuindo com 0,42 ponto percentual para a taxa do mês. Em dezembro, esse item havia avançado 1,73 por cento. Os custos do feijão saltaram 28,34 por cento. Outras pressões nesse grupo vieram de tomate, óleo de soja, frutas, ovos, pescados e macarrão. Produtos que dependem do clima, como frutas, costumam subir nesta época do ano. Os preços das carnes e do frango continuaram em alta, mas em ritmo menor, começando a dissipar a pressão da entressafra dos bovinos do final do ano. Por outro lado, uma menor alta do álcool combustível trouxe alívio para o índice. O preço do produto elevou-se em 2,55 por cento em janeiro, contra variação positiva de 11,45 por cento em dezembro. Também diminuíram o impacto sobre o IPCA-15 as altas dos cigarros e de vestuário. Flávio Serrano, economista-chefe da López León Markets, ressaltou que apesar de o IPCA-15 ter vindo ligeiramente acima do esperado, os núcleos ficaram abaixo. O núcleo por exclusão --sem alimentos em domicílio e energia-- avançou 0,47 por cento, ante a previsão dele de 0,49 por cento. O núcleo por médias aparadas com suavização teve alta de 0,35 por cento, contra estimativa de 0,40 por cento. Sem suavização, o avanço foi de 0,45 por cento, ante estimativa de 0,46 por cento. A inflação em patamar alto foi um dos motivos que levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter a taxa básica de juros em 11,25 por cento na véspera. O IPCA-15 é tido como uma prévia do IPCA, o índice que serve de referência para a meta de inflação do governo. A metodologia de cálculo é a mesma, apurando a variação de preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas do país. A diferença está no período de coleta, já que o IPCA mede o mês calendário. (Reportagem de Rodrigo Gaier e Vanessa Stelzer; edição de Cláudia Pires)

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