Publicidade

Álcool e gasolina seguram inflação de abril

Os combustíveis, antigos vilões do IPCA, fizeram com que a taxa caísse para 0,21% am abril, ante 0,43% atingido em março

Por Agencia Estado
Atualização:

Os antigos vilões da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o álcool e a gasolina, foram, em abril, responsáveis pela desaceleração da taxa. O dado, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,21%, ante 0,43% de março. Em abril de 2005, o indicador havia ficado em 0,87%. A queda não foi só vista no mês. Segundo o instituto, nos quatro primeiros meses do ano, o índice acumula taxa de 1,65%, contra 2,68% em igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o acumulado ficou em 4,63%, também abaixo da taxa de 5,32% registrada no mesmo período imediatamente anterior. Como resultado da colheita e comercialização da safra de cana-de-açúcar, o litro do álcool mostrou-se em queda de 0,11%. O produto subia desde julho do ano passado, e chegou a registrar alta de 12,85% em março. Por um litro, o consumidor passou a pagar 27,41% a mais do que pagava em dezembro do ano passado. VARIAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS (%) Mês Gasolina Álcool Janeiro 1,19 9,87 Fevereiro 0,57 2,88 Março 2,78 12,85 Abril 0,09 -0,11 Acompanhando o álcool, a gasolina ficou 0,09% mais barata. Em março, esse combustível, que havia registrado aumentos nos preços tanto em função da alta do álcool quanto em conseqüência da alteração em sua composição, foi o item que apresentou a maior contribuição individual no índice: 0,17 ponto percentual. Com isto, por litro, o consumidor passou a pagar 4,50% a mais do que em dezembro do ano passado. Além dos combustíveis, ficaram mais baratos os preços dos aparelhos de TV, som e informática, com queda de 1,26%; eletrodomésticos, com retração de 1,06%; e das passagens dos ônibus interestaduais, com deflação de 1,67%. A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse que o IPCA de abril é o menor desde setembro de 2005, quando a taxa foi de 0,15%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é o menor desde 1999, quando o índice ficou em 4,16%. Alimentos Considerando os alimentos, que tiveram deflação de 0,27%; os preços do frango, influenciados, ainda, pela crise decorrente dos problemas que envolvem a avicultura, continuaram em queda e ficaram 5,93% mais baratos em abril. Em relação a dezembro do ano passado, o quilo já está custando 24,72% a menos para o consumidor. Além do frango, o feijão, com queda de 3,51%; e o arroz, com 2,33%; também ficaram mais baratos. Alta A alta de 2,03% nos remédios - que refletiram o reajuste médio de 5,5% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para aplicação sobre os preços de cerca de 20 mil apresentações - constituindo-se na maior contribuição individual no IPCA do mês: 0,08 ponto percentual. Os artigos de Vestuário também ficaram mais caros no período, de 0,21% em março para 1,18%. O motivo, segundo o IBGE, é a comercialização de produtos d alinha outono-inverno. Nas altas, destacaram-se, também, as tarifas de energia elétrica, que subiram de 0,38% em março para 1,23% em abril. Regiões Sobre as regiões pesquisadas, Belo Horizonte, com 0,51%; Fortaleza, com 0,50%; e Porto Alegre, com 0,48%; apresentaram os maiores índices. Os menores resultados, com deflação, foram registrados em Curitiba, em 0,15%; e Goiânia, em 0,29%. O IPCA se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília. INPC Porém, a tendência de queda não foi sentida somente pelo IPCA. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que avalia o impacto da alta dos preços para as famílias de baixa renda, caiu de 0,27% em março para alta de 0,125 em abril. Com o resultado, o acumulado do ano está em 1%, o que, segundo técnicos do INGE no documento de divulgação "é bem menos do que em igual período do ano passado", quando o total era de 2,68%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 3,34%, também abaixo dos 4,15% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2005, o índice havia ficado em 0,91%. O maior índice regional foi registrado em Belo Horizonte, com 0,43%. Os menores resultados, com deflação, foram registrados em Goiânia, em 0,63%; Curitiba, em 0,07%; e São Paulo, em 0,06%. O INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a 08 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília. Este texto foi atualizado às 14h47.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.