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Alemanha e França voltam a defender o euro

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Por Fernando Dantas
Atualização:

Se dependesse apenas da vontade política dos principais governos da zona do euro, o projeto da moeda única europeia já estaria a salvo. Na quinta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarcozy disse que o euro jamais será abandonado pelos europeus. Ontem, foi a vez de Christine Lagarde e Wolfgang Schäuble, respectivamente ministros das Finanças da França e da Alemanha, afirmarem que a resposta europeia à crise da dívida dos países periféricos (como Grécia e Irlanda) foi adequada, e que o pior já passou.Christine declarou que "estamos indo na mesma direção, produzindo significativas reformas, e estamos determinados a retomar o trabalho onde ele foi deixado incompleto"Num debate sobre a economia global em que, além da elegância aristocrática, demonstrou ter uma língua afiadíssima, a ministra francesa deu duas estocadas no americano Robert Diamond, principal executivo do banco britânico Barclays. Na primeira, ela repreendeu o banqueiro quando este disse que a crise europeia tinha passado da fase aguda para a crônica. Para Christine, a crise já está superada com medidas como a criação em uma semana do Fundo Europeu de Estabilização, de US$ 600 bilhões. Ela ressaltou a recuperação da confiança nos títulos europeus, e afirmou que continente já tinha "dobrado a esquina" em relação à crise.Quando Diamond disse que "agradecia de coração" aos governos dos países afetados pela crise pelas políticas que ajudaram a superar a turbulência, Christine retrucou que "a melhor maneira (dos bancos) dizerem obrigado é começar a emprestrar, manter a remuneração (dos executivos) num nível razoável e melhorar os níveis de capitalização".Schauble, por sua vez, disse que, mesmo sem uma política fiscal comum, a zona do euro está montando o conjunto de ferramentas necessário para fortalecer a moeda única. Ele observou que países com problemas podem acessar o fundo de estabilização, mas isso implica aceitar condicionalidades sobre sua política fiscal. Schauble acrescentou que os países "não gostam" de ter de obedecer a determinações vindas de fora, e, portanto, vão se esforçar para botar a casa em ordem e evitar novas crises daqui para a frente.

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