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Alemanha e Rússia: G-20 deve iniciar esforço reforma global

'É necessário que fique claro que a arquitetura financeira global precisa mudar', disse Angela Merkel

Por AE-Dow Jones
Atualização:

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disseram depois de se reunirem em Berlim que o encontro de cúpula do G-20 - das maiores economias industrializadas e em desenvolvimento - deve marcar o início dos esforços para reformar a arquitetura financeira mundial.

 

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"É necessário que fique muito, muito claro que a arquitetura financeira global" precisa mudar de tal forma a evitar outra crise, disse Merkel. "Você pode dizer que estamos diante de uma encruzilhada", disse. "Em um certo momento, temos de parar e ver: a Europa implementou? Os EUA implementaram? A Rússia implementou? A China? Porque a coisa toda vai apenas funcionar se todos fizerem a lição de casa quando voltarem para casa", acrescentou.

 

Medvedev concordou: "Em nossa visão o ponto principal é assegurar que o trabalho da cúpula do G-20 não seja completada com a declaração final". "Para nós, é extremamente importante que o trabalho futuro leve à mudanças irreversíveis, mudanças positivas", disse.

 

Ambos os líderes disseram que vão para o encontro de cúpula do G-20 em Londres nesta semana com ideias muito similares sobre o que deve ser feito. O encontro tem como objetivo tirar a economia mundial de seu pior declínio em décadas e reescrever as regras financeiras.

 

O Kremlin divulgou um conjunto de propostas para revisar a ordem econômica global, incluindo planos para uma moeda supranacional que possa substituir o dólar como moeda de reserva. A China tem ideias similares.

 

Mas o presidente dos EUA, Barack Obama, diz que não vê porque o dólar deva ser substituído e o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse que o encontro de cúpula terá questões mais imediatas para discutir.

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Um funcionário sênior do governo da Alemanha também descartou a proposta, dizendo que "não seria uma questão".

 

Otan

 

O encontro entre a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, em Berlim, também abordou as questões de segurança antes do encontro de cúpula em celebração ao 60º aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que será realizado na sexta-feira, 3, e no sábado, 4, na França e na Alemanha.

 

A Rússia não faz parte da Otan e Medvedev não estará em Estrasburgo (França) e nas cidades de Baden-Baden e Kehl (Alemanha) para o encontro que terá a participação do presidente dos EUA, Barack Obama.

 

Manter a amizade da Rússia é uma consideração importante para a missão cada vez mais dura da Otan no Afeganistão. A Alemanha tem cerca de 3.500 tropas e é um dos 41 países que mantêm 60 mil soldados que integram a Força Internacional de Assistência de Segurança comandada pela Otan.

 

Os EUA têm um adicional de 10 mil soldados no Afeganistão sob comando separado e o Obama prometeu enviar outros 21 mil soldados.

 

Em fevereiro, o Quirguistão ordenou o fechamento de uma grande base aérea dos EUA em seu território, que Washington usa como ponto central para suas operações no Afeganistão.

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Analistas disseram que o anúncio, que desde então o Quirguistão suavizou, está atrelado à oposição da Rússia aos movimentos militares dos EUA na região e uma oferta de Moscou de US$ 2,3 bilhões em ajuda e empréstimos.

 

Não menos importante, Merkel e Medvedev também trataram da questão do gás. Em janeiro, a Rússia cortou a oferta de gás para a Europa, exportado via Ucrânia, em meio a uma disputa de preço com Kiev, deixando milhões de pessoas na Europa Central e dos Bálcãs sem aquecimento no meio do inverno.

 

A Alemanha é a maior economia da zona do euro e a maior compradora de gás da Rússia da Europa, em termos de volume, e depende de Moscou para quase 40% de sua necessidade.

 

A crise deixou o governo alemão ainda mais interessada no desenvolvimento de um projeto de oleoduto Alemanha-Rússia, conhecido como Fluxo Nórdico, que transportará o gás direto da Rússia para o norte da Alemanha, por baixo do mar Báltico, portanto, contornando a Ucrânia. As informações são da Dow Jones.

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