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Alemão quer ''duelo'' com Krugman

Chamado de ignorante por Krugman, ministro propõe debate

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Por Redação
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O economista Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel, costuma criticar violentamente Peer Steinbrück da Alemanha por sua resistência aos gastos previstos pelo estímulo econômico. Agora, o "cabeça dura", "ignorante" ministro das Finanças mandou um convite a Krugman para que vá a Berlim a fim de discutirem suas divergências. Paul Krugman costuma dirigir-se a grandes plateias quando dá conferências na Universidade de Princeton ou do alto do seu púlpito na qualidade de colunista do jornal The New York Times. Mas em breve ele será solicitado a falar a uma única pessoa. No início de março, o ministro das Finanças, Peer Steinbrück, enviou um convite oficial a Krugman para que se encontre com ele para discutirem a questão da crise financeira mundial. Não será a primeira vez que os dois se correspondem - embora, até agora, a comunicação tenha sido apenas unilateral, consistindo principalmente nos comentários depreciativos de Krugman a respeito de Steinbrück , por meio de sua coluna e blogs. O economista enfatizou repetidas vezes sua convicção de que o déficit é uma das poucas barreiras contra uma recorrência da Grande Depressão e não hesitou em pôr na berlinda os que demonstram uma atitude um tanto indiferente em relação ao estímulo. Steinbrück é um dos seus alvos favoritos. Krugman já criticou asperamente o ministro, que assumiu o cargo na esperança de equilibrar o orçamento alemão. O insulto mais contundente de Krugman foi talvez a sugestão de que as críticas apresentadas por Steinbrück , membro do Partido Social Democrático de centro-esquerda, são de um "keynesianismo crasso". O que Krugman definiu como ignorância em matéria econômica, Steinbrück considera uma mera diferença de opinião. O ministro disse que, antes de endossar outra rodada de gastos, quer verificar os efeitos das medidas de estímulo adotadas na Alemanha - em janeiro, o Parlamento aprovou um plano de 50 bilhões. Além disso, como o próprio Krugman observou, importantes programas sociais, como os da Alemanha, reduzem a necessidade de gastos deficitários em tempos de crise. Os economistas alemães, formados pela experiência da hiperinflação, se preocupam mais com o risco de inflação do que os americanos. Mas se Krugman aceitar o convite de Steinbrück, talvez queira se preparar para receber um puxão de orelhas. Steinbrück tem, como Krugman, uma predileção pela conversa direta e não hesitou em apontar os culpados pela crise econômica. "A origem e o centro de todos os problemas estão claramente nos Estados Unidos", disse em setembro à revista Der Spiegel.

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