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Alencar critica subserviência aos especuladores

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente da República, José Alencar, voltou a defender hoje a redução da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 26,5% ao ano. Sem especificar a quem estava dirigindo suas críticas, o vice-presidente atacou o que chamou de obediência e subserviência ao mercado, ou "especuladores", conforme rotulou. "É aquela história de reunir os credores para dizer: deixa eu baixar meio ponto percentual dos juros já que nós somos tão subservientes, temos sido. Tão obedientes ao chamado mercado, que não é mercado, são especuladores. É preciso que se diga isso aqui, que estamos numa casa de formadores de opinião", disse. "Nós não podemos de forma alguma aceitar essa situação". Desta vez mais direto, Alencar cobrou mais atenção das "autoridades que administram as finanças públicas" à economia real e menos ao "economês". "A economia não é esse economês usado pelas chamadas autoridades que administram as finanças públicas. Estou falando isso apenas com o intuito de lembrar, porque nós falamos tanto de economês e esquecemos da economia. Economia é sinônimo de meio econômico, de força econômica que o País possui para alcançar o objetivo social", afirmou. O vice-presidente citou como exemplo a capacidade dos países asiáticos de saírem de crises econômicas. "Porque eles aplicaram na educação, na pesquisa, no desenvolvimento, no homem", disse. "Daí a razão pela qual não pode faltar recursos para a educação". Após as críticas, porém, Alencar ponderou e disse que o País não pode "de forma alguma" adotar medidas heterodoxas que contrarie "o respeito ou a respeitabilidade nacional". "O Brasil não pode tomar nenhuma medida que não seja clássica. E a única medida clássica que nos resta agora é fazer saldo de balança comercial. Fazer saldos elevados de balança comercial", disse, citando, mais uma vez, como exemplo os países asiáticos. Inflação domada Também para justificar a redução da Selic, que será reavaliada na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 20 e 21 deste mês, Alencar ressaltou que a inflação está "domada" e o atual patamar da taxa é um "despropósito". "De fato, quando nós assumimos o governo havia uma preocupação muito grande, e era natural que houvesse, com o recrudescimento da inflação, mas agora a inflação está domada. As expectativas de inflação para os próximos 12 meses é muito pequena, então é um despropósito esses juros", afirmou o vice-presidente. Câmbio Ao falar sobre o câmbio, o vice-presidente disse que é a favor de que ele continue flutuante e que as oscilações da moeda norte-americana devem ser encaradas com cuidado, já que o mercado especula e é "perigoso". Alencar também defendeu a urgência na realização da reforma tributária. "Porque o sistema tributário nacional se transformou num verdadeiro cipoal burocrático".

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