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Alerj adia votação de pacote de austeridade do Estado do Rio

A votação da elevação previdenciária dos servidores públicos, uma contrapartida exigida pela União, ficou para 2017

Por Vinicius Neder e Roberta Pennafort
Atualização:
Em reação ao pacote anticrise, entornos da Alerj foram palco de manifestações Foto: Fabio Motta/Estadão

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) adiou, mais uma vez, a votação dos dois projetos mais importantes que restam ser votados no pacote de austeridade anunciado pelo governo fluminense no início de novembro. A proposta de adiar reajustes escalonados para as categorias da segurança pública, acordados em 2014, será devolvido ao Executivo, informou a assessoria de imprensa da Alerj.

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Já o projeto que prevê a elevação da contribuição previdenciária dos servidores públicos, de 11% para 14% do salário bruto, foi retirado de pauta. Isso significa que a proposta poderá voltar a ser votada na próxima legislatura, que começa em fevereiro do próximo ano.

Esses projetos seriam votados na quarta-feira, dia 14, mas a apreciação foi adiada para a próxima terça-feira. Ao adiar a votação, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), alegou que os deputados precisavam de mais tempo para buscar um consenso com representantes dos servidores, do governo e dos comandos das forças de segurança.

Algumas das medidas, como a elevação da contribuição previdenciária, foi colocada pelo governo federal como contrapartida para a adesão dos Estados no mecanismo de "recuperação fiscal", criado para os governos locais que estão em grave crise financeira. 

O pacote também sofreu uma baixa no lado da criação de receitas. O desembargador Otávio Rodrigues, da 11ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), suspendeu nesta sexta-feira, em caráter liminar, a tramitação na Alerj do projeto que muda a cobrança do ICMS.

Na terça-feira, o governo conseguiu aprovar o aumenta de taxas do ICMS para gasolina, energia elétrica, cerveja, chope, telecomunicações e cigarro, mas com modificações. O aumento ficou menor e valerá enquanto durar o estado de calamidade das finanças - até dezembro de 2017. A arrecadação deverá subir R$ 800 milhões ano que vem, contra R$ 1,4 bilhão do projeto original.

No mesmo dia da votação, a bancada do PSOL mandou ofício à Mesa Diretora para contestar o resultado da votação, pois, segundo os deputados, a maioria dos parlamentares votou contra, na votação não nominal. A liminar desta sexta-feira foi concedida em mandando de segurança proposto pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC).

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"Neste mandado de segurança foi noticiado fato grave consistente em eventual violação ao devido processo legal de tramitação do Projeto de Lei 2.242/2016, pela mensagem nº 42/16 de autoria do Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro. Foi dito que o projeto foi rejeitado, mas proclamada sua aprovação", diz um trecho da decisão do desembargador Otávio Rodrigues.