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Alimentos em alta fazem cair expectativa de consumo futuro

Direto da fonte

Por Sonia Racy e sonia.racy@grupoestado.com.br
Atualização:

O Índice Nacional de Expectativas do Consumidor do terceiro trimestre, construído a partir das respostas de 2.002 participantes, coletadas no País inteiro em setembro, apresentou, após seis altas consecutivas, um recuo de 1,2% ante junho e queda de 5,2% em relação ao mesmo período de 2006. Por quê? Para Octavio de Barros, do Bradesco, a explicação é simples: a recente elevação dos preços dos alimentos levou os consumidores a temerem um recrudescimento da inflação, o que influi na chamada intenção de compra futura. Não por acaso, o índice de intenção de compras no trimestre seguinte - outubro a dezembro, neste caso - também apresentou uma forte deterioração nesta pesquisa em relação à feita no mesmo período do ano passado. Foi a maior queda desde o terceiro trimestre de 2004. Esse movimento pode parecer estranho, segundo Barros, diante de tantos fatores de estímulo para a demanda. Mas é preciso considerar que a aceleração da inflação nos últimos meses, encabeçada pela alta dos preços dos alimentos, pode ter sim impactos potenciais relevantes sobre o resto da cesta de consumo das famílias. ''''Naturalmente, o ímpeto de consumo está associado a fatores como crédito, emprego e renda - que continuam em expansão -, além das transferências governamentais. Entretanto, é razoável acreditarmos que a alta dos preços dos alimentos pode estar tendo algum papel baixista sobre as intenções de compras em geral, já que os alimentos têm um peso majoritário nas despesas de consumo das pessoas. Especialmente entre aquelas que têm rendimentos menores.'''' O ponto a se considerar, destaca o economista, é que o processo de deterioração de expectativas inflacionárias é sempre ruim. Primeiro, porque os agentes econômicos (tanto famílias quanto empresas) agem efetivamente com base nelas. Segundo, porque a eficiência da política monetária depende da capacidade de o Banco Central influenciar as percepções e ancorar expectativas, evitando que a inflação corrente seja efetivamente mais elevada. IMPRESSÃO DIGITAL Gary Cohn, da Goldman Sachs, desembarcou ontem no Brasil para encontros com clientes. O País está, entre outros quatro, merecendo prioridade total do banco. Debaixo do braço, o executivo trouxe o resultado do terceiro trimestre da GS no mundo, que foi 25% melhor que o resultado do segundo trimestre do ano, mesmo com a crise dos subprimes. No ano, foi 70% maior. ''''Ainda recebemos US$ 50 bilhões de recursos novos para investir'''', comemora Cohn. Como conseguiram escapar da crise? ''''Fizemos escolhas'''', diz, enigmático, destacando que também no quesito financiamento hipotecário o resultado foi positivo. NA FRENTE INVOCANDO BEETHOVEN A economista Lika Takahashi, do Banco Fator, encontrou uma forma inusitada para admitir erro em relação às expectativas de desempenho do Ibovespa para o fim do ano, de 51 mil pontos. Inicia o boletim desta semana citando três versos da Ode à Alegria, de Schiller, que inicia o canto do quarto movimento da Nona Sinfonia de Beethoven, em que se pede: ''''Oh amigos, mudemos de tom... '''' UNIÃO A Diferencial, de Monica Medina, associou-se à Ogilvy Public Relations Worldwide. E passa a chamar Olgilvy PR Diferencial. Presente em 62 países, a OPRW é hoje a maior empresa do Grupo Ogilvy em receita. MEIA-VOLTA O ministro Miguel Jorge e Luciano Coutinho, do BNDES, chegaram juntos a um evento, no Copacabana Palace, na segunda-feira. Barrados na porta, resolveram ir jantar em outro lugar. DE OLHO NO CÉU Os produtores brasileiros de soja estão otimistas em relação à safra 2007/08. Calculam que os custos de produção devem ficar próximos aos da safra anterior, enquanto as cotações estão em alta. Estão de olho, porém, no clima seco, sobretudo no Centro-Oeste. FICA Emilson Alonso, presidente e CEO do HSBC Brasil, foi reeleito para um segundo mandato como presidente da Associação Brasileira de Bancos Internacionais. Para quem não se lembra, a ABBI foi criada há 19 anos pelo atual presidente do BC, Henrique Meirelles, que, na época, dirigia o BankBoston no Brasil. LACRADOS No mês de setembro, a Secretaria da Fazenda paulista cassou a inscrição estadual de 16 postos de combustível em todo o Estado por comercializarem combustível adulterado. No ano, já são 162... POLITICAMENTE INCORRETO Para desespero dos ambientalistas, Steve Kidd, diretor da World Nuclear Association - que está em Santos para participar da International Nuclear Atlantic Conference -, confia que há base para acreditar em bom futuro para o setor. Há retomada de investimentos nos Estados Unidos, na Europa e, em especial, na Ásia. Só a China, lembra Kidd, pretende passar de 8 para 40 gigawatts de capacidade nuclear instalada até 2020. E a Índia está planejando chegar aos 20 gigawatts.

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