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Almoço fora de casa ficou 11,6% mais caro em 2007

Valor médio da refeição em restaurantes foi de R$ 14,87 em 2007, ante R$ 13,32 no ano anterior

Por Amanda Valeri e da Agência Estado
Atualização:

O almoço fora de casa ficou mais caro para o brasileiro no ano passado. De acordo com pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), o valor médio da refeição em restaurantes e similares em todo o País foi de R$ 14,87 em 2007, ante R$ 13,32 no ano anterior, o que representa uma alta de 11,6%.   O aumento dos preços do feijão e da carne, que saltaram no ano passado cerca de 100% e 20%, respectivamente, como mostraram os principais institutos de pesquisas econômicas, se tornaram os principais vilões do almoço fora de casa. "O aumento no preço médio da refeição deve-se, principalmente, à elevação do custo dos insumos", destacou o vice-presidente da Assert, Roberto Baungartner.   O estudo, realizado em parceria com a TNS InterScience, apresenta o comportamento dos preços em 2.360 estabelecimentos pesquisados nas cinco regiões do Brasil, durante os três últimos meses de 2007. Para realizar esta pesquisa, a instituição dividiu os estabelecimentos em três categorias: os que servem pratos populares, conhecidos como comercial ou prato feito (PF), os buffets com preço fixo ou por quilo e os restaurantes à la carte.   Brasília tem a refeição mais cara   Por regiões, a pesquisa revelou que o Centro-Oeste teve o preço médio mais alto do País - R$ 19,05, com destaque para a capital federal, Brasília, com valor médio da refeição de R$ 17,83. Em seguida aparecem Norte (R$ 16,48), Nordeste (R$ 14,92), Sudeste (R$ 14,52) e Sul (R$ 12,68).   Segundo Baungartner, a elevação dos preços dos alimentos se refletiu em âmbito nacional, mas com impactos regionais diferenciados. "Em São Paulo, nós constatamos que o preço médio por refeição ficou em R$ 12,40, bem abaixo da média nacional. E isso se deve à economia de escala, que concentra o volume de opções e, assim, os preços diminuem", exemplificou. "Verificamos também que os bairros da capital paulista apresentam diferentes preços", continuou.   Opções   A designer gráfica Bárbara Souza, 23 anos, que almoça na região da Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, local que concentra importantes centros empresariais na zona sul da capital, já sentiu no bolso este aumento. "Eu comecei a perceber quando a quantidade que comia estava consideravelmente mais cara", disse. "Fui verificar e constatei que o quilo passou de R$ 25,99 para R$ 27,99", emendou.   Por conta disso, Bárbara optou por trazer comida de casa. "Ou trago comida ou procuro restaurantes mais baratos. Não só eu, mas muita gente está fazendo isso. Hoje, quando passo em frente ao restaurante que freqüentava, vejo que a espera já não é como antigamente no horário de pico", afirmou.   A coordenadora de atendimento Elenita Clemente Senger, 44 anos, também observou elevação nos preços da alimentação na região de Perdizes, zona oeste, onde trabalha. "Em alguns lugares, os restaurantes substituíram por opções menores e mais baratas", destacou. "Mas, mesmo assim, a mesma porção que eu comia está mais cara", acrescentou.   Uma alternativa encontrada por Elenita foi almoçar em bairros próximos ao de Perdizes, que apresentam preços mais em conta. "Na Barra Funda, eu gasto cerca de R$ 8, incluindo a bebida. Já aqui em Perdizes, a conta pode chegar a R$ 15", salientou.   De acordo com o vice-presidente da Assert, o objetivo da pesquisa é servir de ferramenta de gestão para os empreendedores. "A nossa intenção é que a pesquisa se torne um instrumento de gestão, para as empresas gerenciarem seus benefícios de acordo com a realidade de cada região do País", sustentou.

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