PUBLICIDADE

Almoço tem 'galo' cozido, arroz e feijão

Eleito o cozinheiro da turma, o operador de produção Uilson Silva Oliveira não sai do prédio da Mabe em Hortolândia desde segunda-feira, quando houve a ocupação; ele prepara as três refeições diárias servidas ao pessoal.

Por
Atualização:
  Foto: FELIPE RAU | ESTADÃO CONTEÚDO

Eleito o cozinheiro da turma, o operador de produção Uilson Silva Oliveira não sai do prédio da Mabe em Hortolândia desde segunda-feira, quando houve a ocupação. Ele prepara as três refeições diárias servidas ao pessoal (café da manhã, almoço e jantar), com alimentos doados. Na quinta-feira, quando a reportagem esteve na fábrica, o cardápio do almoço era “galo” cozido, arroz e feijão.

PUBLICIDADE

O refeitório também é o local onde o pessoal que passa a noite na fábrica dorme, em colchões ou pedaços de papelão estirados em meio a mesas, cadeiras e balcões com sistema de aquecimento onde a comida era servida. Os funcionários fazem revezamento entre os que dormem e os que passam o dia no local, mas Oliveira prefere ficar lá o tempo todo porque é o único que sabe cozinhar. Outros companheiros ajudam no preparo e lavam a louça.

Casado e sem filhos, Oliveira, de 46 anos e 17 anos de empresa, diz que a esposa está preocupada. Ela trabalha, mas o salário é baixo. “A prestação dos móveis do quarto e as contas de água, luz e IPTU estão atrasadas”.

Para o secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Hortolândia, Dimas Correa Pádua, a falência da Mabe deve ter um impacto importante na arrecadação de receitas no município, assim como nos empregos.

Ele informa que a empresa de logística GLP, de Cingapura, adquiriu dois galpões que pertenciam à Mabe e está negociando com empresas para se instalarem no local.

Os gerenciadores da massa falida também pretendem vender a empresa após sua recuperação, mas avaliam que a ocupação dos trabalhadores pode atrasar o processo e até afugentar interessados. A cidade já abriga grandes grupos, entre os quais IBM, Dell, Caterpillar, Marelli e ArcelorMittal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.