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Alstom vira parte em inquérito na Europa que apura propina

Empresa diz que entrada na investigação das denúncias permite ao grupo francês ter acesso à documentação

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Por Redação
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A gigante francesa de engenharia Alstom informou nesta sexta-feira, 16, que entrou como parte civil no inquérito que apura as denúncias de que a empresa pagaria propinas para conseguir contratos na América do Sul e na Ásia. O grupo está sendo investigada na França e na Suíça. "A Alstom se juntou à investigação como parte civil dentro de um procedimento legal em andamento na Suíça e na França ao qual o nome da companhia foi associado, com relação ao possível uso indevido de ativos da empresa em detrimento da Alstom", disse a empresa, em um breve comunicado divulgado.  Segundo o jornal francês Le Figaro, com isso, a Alstom terá acesso a todo o inquérito.  Veja também: Europa apura se Alstom pagou propina no Brasil PT liga caso Alstom a tucanos de SP A Alstom não foi apontada como alvo e vem negando que seja o foco da investigação. A empresa admitiu, porém, que seus escritórios foram vasculhados e que atuais e ex-funcionários da Alstom foram interrogados como parte do inquérito. O presidente da Alstom, Patrick Kron, afirmou que não tem conhecimento de nenhuma conta da empresa usada para o pagamento de propinas e que não conhece nenhum dos funcionários envolvidos. Na semana passada, o jornal americano Wall Street Journal publicou matéria dizendo que ex-funcionários da Alstom haviam supostamente se apropriado de centenas de milhões de dólares dos fundos da empresa, entre 1995 e 2003, para pagar propinas e conseguir contratos na América do Sul e na Ásia. As investigações estão sendo conduzidas por promotores federais em Berna, na Suíça. Autoridades no Brasil também estão investigando possíveis irregularidades na concessão de contratos para a Alstom e suas subsidiárias no período. Documentos confidenciais da Alstom obtidos por promotores franceses mostram que funcionários da empresa no Brasil continuaram a criar fundos para suborno mesmo depois que a França criminalizou o pagamento de propinas no exterior, em 2000. Promotores acreditam que o dinheiro teria sido usado para subornar funcionários públicos e ajudar a Alstom a obter contratos em obras como a do Metrô de São Paulo e da usina hidrelétrica de Itá, entre os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Parte do dinheiro teria passado por contas de banco na Suíça e por contas de escritórios em Liechtenstein e na Ásia. Em muitos países europeus, a parte investigada pode ao mesmo tempo alegar danos e se juntar ao caso como autora da ação.  No ano passado, promotores suíços pediram ajuda a seus colegas franceses na investigação de quatro homens suspeitos de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, apropriação indébita e pagamento de propina em nome da Alstom, de acordo com registros legais. A Alstom, uma das maiores companhias da França, fabrica desde equipamentos para usinas até trens de alta velocidade. As informações são da Dow Jones. (Com Angelo Ikeda, da Agência Estado) Texto ampliado às 13h18

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