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Alta da Bovespa deve atrair pequeno investidor

Com a queda da Selic, o investimento em ações tende a ser mais atrativo. Além disso, o bom desempenho da Bovespa neste início de ano e o baixo preço das ações deve atrair o investidor, já que há perspectiva de valorização.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de subir 15% neste início de ano, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve atrair o pequeno investidor e sustentar a escalada de alta em 2001. O analista de um banco estrangeiro consultado pela Agência Estado afirma que dois fatores podem influenciar o investidor, pessoa física, a trocar a renda fixa pela variável. Primeiro, a queda da taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual. Ainda não existe queda do juro real, que se mantém na mesma média anual em torno de 11% em 2000. Um juro real menor seria importante por baratear o custo de financiamento das empresas, melhorando seus resultados e, possivelmente, seus preços na Bolsa. Mas apenas o corte da Selic pode ser suficiente para estimular o investimento em ações. "A queda do rendimento das aplicações tem efeito psicológico sobre os aplicadores, que tendem a buscar alternativas melhores", comentou o analista. Para que o investidor migre para a Bolsa é necessário também que exista perspectivas de alta que compensem o risco. Neste caso, alguns fatores jogam a favor do mercado acionário no início de 2001. Primeiro é que, depois das fortes quedas provocadas pelas turbulências externas no ano passado, há a percepção de que os preços das ações na Bovespa está baixo em relação ao que de fato valem. Isso pode indicar uma futura valorização. Parte das perdas foram recuparadas nesta primeira quinzena do mês, mas os mais otimistas consideram que o espaço de alta ainda é grande. A máxima atingida pelo Ibovespa em março de 2000, por exemplo (pouco antes da derrocada do Nasdaq), foi de 19.140 pontos. Para retomar este nível, o índice ainda teria que subir 9% além dos 17.544 pontos registrados na metade do pregão desta sexta. Profissionais mais entusiasmados já falam no rompimento da marca de 20 mil pontos. Apesar das boas condições, migração de pessoas físicas para a Bolsa ainda não começou O analista consultado pela Agência Estado considera que a migração de pessoas físicas para a Bolsa ainda não começou, mas pode se iniciar em breve. Além da queda dos juros, um ponto que pode determinar o início desta migração é o próprio comportamento da Bolsa. Ao contrário de grandes investidores mais arrojados, que tentam apostar em momentos de picos de baixa, o investidor pessoa física só entra na bolsa quando as ações já tiveram altas pelos menos razoáveis. Primeiro, porque ele se sentiria mais seguro num mercado mais firme e que já esteja em meio a uma escalada. Segundo, porque sucessivas altas aumentam a visibilidade do mercado acionário na imprensa, despertando o interesse do pequeno investidor.

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