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Alta da Selic não diminuiu demanda por crédito

O impacto da alta da Selic nos juros do crédito ao consumidor foi muito pequeno. Mas, a demanda por crédito não diminuiu. Algumas financeiras reduziram os prazos. Isso também não inibiu a procura por crédito.

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo com a alta da taxa básica de juros (Selic), de 15,25% para 15,75% ao ano, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião realizada no dia 21 de março, que provocou uma mudança da expectativa das taxas de juros para prazos futuros, a demanda por crédito não diminuiu. Essa é a opinião de Celina Lopes, superintendente nacional de produtos bancários da Caixa Econômica Federal. Para Evaristo do Amaral, vice-presidente executivo do Santander e do Banespa, a alta da Selic foi considerada uma alteração temporária na política monetária do governo e por isso não mudou a estratégia de juros de bancos. Apesar de os custos de algumas operações de crédito terem subido, a predisposição para compras ainda não foi alterada porque não houve mudança substancial do valor das prestações. Além disso, ainda não houve redução da renda real dos trabalhadores com o repique inflacionário. Segundo Maurício Alhadeff, diretor-executivo do varejo do HSBC, a prestação de um financiamento de R$ 8 mil, por quatro anos, aumentou R$ 12 considerando uma elevação de 1,5% ao ano - essa alta foi observada no mercado futuro de juros. Ele acrescenta que as taxas subiram no segmento de cheque especial, mas não mudou para as operações de crédito pessoal - justamente aquelas que sustentam o crescimento do setor de bens duráveis, que está puxando o aquecimento da economia. Prazos mais curtos nas financeiras Segundo o diretor-operacional da financeira Losango, Manuel Vieira, algumas financeiras reduziram os prazos máximos de financiamento, mas a média dos empréstimos concedidos continua de sete meses. Ele destaca que essa diminuição pode passar despercebida nas operações de crédito, pois a tendência do consumidor é tentar encaixar o valor da prestação no orçamento, independentemente do prazo. Em relação às taxas de juros cobradas pelas financeiras, Vieira afirma que o aumento do custo dos empréstimos de 0,4% ao mês foi mais reflexo do risco de alta da inadimplência que pelo aumento da taxa básica de juros.

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