PUBLICIDADE

Publicidade

Alta da Selic não fecha janela para ofertas de ações na Bolsa, diz executivo da XP

Segundo Pedro Mesquita, próximas semanas devem ter novas transações de até R$ 60 bilhões na Bolsa brasileira; o Banco Central anuncia nesta quarta-feira a nova taxa básica de juros, com expectativa de aumento

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

Os investidores têm convivido com novas emoções desde meados de fevereiro e as expectativas são de que nesta quarta-feira, 17, o Banco Central ajuste a taxa Selic levemente para cima, movimento que pode mexer com o fluxo de recursos nos mercados. Mas a janela para as ofertas de ações na Bolsa não fecha, na opinião do sócio e responsável pelo banco de investimento da XP, Pedro Mesquita. "Vivemos uma janela desde o final de 2019, que se fechou por três meses na primeira fase da pandemia. Depois disso, houve momentos melhores e piores. Até o meio de fevereiro, esteve muito bom", afirmou.

Apesar de reconhecer que os movimentos de juros podem provocar mudanças no intervalo positivo para as ofertas de ações, o executivo da XP descarta a preocupação no momento. "Não vejo o Brasil convivendo com taxa de juro de dois dígitos. Perto de 5% e variando um ponto para cima ou para baixo ainda é um bom estímulo", afirma. Economistas esperavam uma alta de 0,50 ponto percentual, mas o Banco Central aumentou a taxa em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano.

O sócio e responsável pelo banco de investimento da XP, Pedro Mesquita. Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 11/2/2020

PUBLICIDADE

Mesquita aposta que essa próxima janela de ofertas e precificações, a partir das próximas semanas, trará ao mercado algo como R$ 60 bilhões em novas transações na Bolsa. Ele também se entusiasma com o ritmo esperado até o fim do ano e enxerga a marca de R$ 200 bilhões como um número possível em 2021. "Vamos ter mais um ano histórico de ofertas e com bom apetite para as ofertas", afirma.

Para ele, o segundo semestre poderá trazer mais tranquilidade aos mercados, com o quarto trimestre despontando como o mais robusto em ofertas. "Vivemos um presente muito difícil, mas o segundo semestre será melhor, com a vacinação progredindo e a contaminação caindo", diz.

Mesquita é entusiasta da tecnologia. Ele lembra que o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da Locaweb, empresa de hospedagens digital, feita em fevereiro do ano passado e que movimentou R$ 1,2 bilhão, abriu um caminho para outras companhias no setor na Bolsa brasileira. Esse grupo chegou em peso levantou mais de R$ 10 bilhões. "Ficou claro que as companhias não precisam ser listadas em Bolsa no exterior. As ações são negociadas com múltiplos similares, aqui ou no exterior. Não importa onde o capital foi aberto, os fundos de fora investem aqui e em outro qualquer local do mundo", nota ele.

A pandemia contribuiu para a quebra de paradigma, na opinião de Mesquita, à medida que jogou luz e acelerou o crescimento das companhias de tecnologia. Por outro lado, obrigou fundos e analistas a agirem rápido e se preparem para olhar as ofertas. "Isso é resultado da nova economia, que se acelerou na pandemia. Tanto que, quando a situação piora, as empresas ligadas à tecnologia e ao digital sobem mais", nota.

Oito empresas do setor de tecnologia estão com pedidos de análise de ofertas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), número já equivalente ao das lançadas em todo o ano passado. Entre os nomes estão a Infracommerce, plataforma de soluções para o e-commerce, e a Bionexo, de soluções para a saúde, ambas atuando em setores em alta.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.