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Alta de alimentos não se manterá no longo prazo, diz analista

Para Daniel Motta, da Bankrisk, inflação é causada pro combinação de sazonalidade e demanda por combustíveis

Por Giuliana Vallone
Atualização:

A atual inflação no preço dos alimentos é uma mistura de sazonalidade (fato específico desta época do ano) com o boom da demanda por biocombustíveis. Essa é a opinião de Daniel Motta, sócio da consultoria Bankrisk. Para ele, a alta não deve se manter no médio e longo prazo. "É algo bem de curtíssimo prazo. Não é uma tendência pra mais de 12, 18 meses", afirmou.   Veja mais: Ouça a íntrega da entrevista com Daniel Motta  Entenda a crise dos alimentos  Entenda os principais índices de inflação    Motta explicou que o que houve foi um desequilíbrio da oferta de alimentos no País, muito mais do que um aumento grande na demanda. "Os agricultores não estavam preparadas para essa destinação da área plantada para (a produção de) combustível. É um desequilíbrio de oferta, não de demanda", disse.   "Inicialmente é um problema de troca de culturas que não são muito lucrativas para a produção de biocombustíveis e uma maior utilização da área plantada do País", afirmou. Ele lembrou que apenas um quinto dessa área é de fato utilizado. "O Brasil ainda tem uma ampla área a ser explorada por esses produtores, seja para alimentos ou combustíveis."   Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 9, apontam que o preço dos alimentos registrou alta de 1,29% em abril, ficando responsável por mais da metade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês, de 0,55%.   Enquanto os preços não baixam, Motta aconselhou os consumidores a procurarem estabelecimentos alternativos para fugir da inflação. "Ele pode buscar grandes atacadistas, grandes redes varejistas, e abrir um pouco mão de qualidade, mas em compensação comprar de alguém que tem maior poder de barganha na hora de comprar com os agricultores. Ou comprar naqueles sacolões de bairro, sacolões regionais, aonde o preço costuma ser bem mais em conta que nas feiras livres, por exemplo", disse.

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