PUBLICIDADE

Alta de juro nos EUA não compromete desenvolvimento, diz Palocci

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje que uma eventual elevação da taxa de juros nos Estados Unidos não deverá comprometer o processo de desenvolvimento econômico do Brasil. Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ele lembrou que, em 2000, a economia brasileira cresceu 4,4%, num período marcado pela mudança da política monetária norte-americana. Palocci argumentou que, em comparação com aquele período, os indicadores econômicos do primeiro trimestre de 2004 são melhores. Ele citou como exemplo o fato de que a inflação, naquele período, estava em 7,7% e agora é de aproximadamente 5,9%, lembrando também que a taxa anual de juros interna estava em 17,6% em 2000 e, no primeiro trimestre de 2004, ficou na média de 16,3%. Outro dado citado pelo ministro foi a elevação do superávit primário das contas do setor público ? arrecadação do governo menos os gastos com as autarquias municipais, estaduais, federal e as empresas estatais ? de 3% em 2000 para 4,5% do PIB no primeiro trimestre de 2004. Ele ressaltou, também, a reversão do comportamento da balança comercial, que saiu de um déficit para um superávit da ordem de US$ 27 bilhões em 12 meses. A queda da participação dos títulos cambiais na dívida pública foi outro dado ressaltado por Palocci, em sua exposição, bem como a queda do risco Brasil ? taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida do País ?, de 724 pontos em 2000 para 569 pontos no primeiro trimestre de 2004. O único dado que, segundo Palocci, apresentou piora, foi a relação dívida/PIB, que passou de 48,8% do PIB em 2000 para 57,5% no fim de abril. Manutenção da política econômica O ministro destacou que, diante desses dados favoráveis, não há porque temer a possibilidade de que uma elevação dos juros nos EUA possa vir a afetar o desenvolvimento brasileiro e, mesmo, deteriorar as contas do País. Apesar disso, ele reconheceu que a perspectiva de mudança na política monetária norte-americana já provocou um aumento da aversão ao risco, que ficou patenteado pela elevação do risco dos países emergentes, em geral, de 40% a 60%. Mas tornou a ressaltar que não considera que isso venha a comprometer o desenvolvimento econômico, destacando também a necessidade de persistência na manutenção de políticas econômicas consistentes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.