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Alta de petroquímicos não se reflete em ações

Alta dos preços de produtos petroquímicos ainda não se refletiu no preço de ações. recuperação não justifica, por enquanto, recomendação de compra para papéis do setor.

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria petroquímica está entrando em um novo ciclo de alta de preços. Analistas afirmam, no entanto, que os primeiros passos são tímidos, e ainda não justificam a recomendação de compra para as ações do setor. Para a maioria dos especialistas, o segmento chegou ao fundo do poço em 2001, com a entrada em operação de novas fábricas. A situação se complicou com a recessão nos Estados Unidos que, por ser um grande consumidor, acabou afetando a demanda em todo o mundo. "Já estamos vendo uma recuperação na Europa e nos Estados Unidos e a tendência é de um pico de cotações no final de 2004", disse o analista do Unibanco Research Carlos Albano. Segundo ele, a força da retomada mundial dependerá, sobretudo, dos americanos. Luiz Paulo Foggetti, da Fator Doria Atherino Corretora, lembrou que os preços na Europa começaram a mostrar altas entre janeiro e junho deste ano. "O eteno subiu 23%, para US$ 585 a tonelada, e a nafta teve reajuste de 37%, para US$ 216." No Brasil, o aumento mais comentado pelos especialistas foi o do PVC. A Trikem, líder sul-americana na produção e comercialização do produto, teve receita líquida de R$ 261 milhões no segundo trimestre deste ano, com aumento de 19% em relação aos primeiros três meses de 2002. O faturamento apenas com PVC cresceu 39%, alimentado pelo reajuste de preço e por um aumento de 12% no volume de vendas. Albano, do Unibanco, lembrou que o segmento do PVC vem sofrendo restrições a ampliações de capacidade produtiva, sobretudo na Europa. "A produção envolve questões ambientais, pois há uso de cloro." A recuperação de preços do setor petroquímico traçada pelos analistas, no entanto, ainda não terá força sobre 2002. "Não há sinais de que a demanda subirá muito até o fim deste ano", afirmou Gilberto Pereira de Souza, da Itaú Corretora. Ele lembrou ainda que, no Brasil, os produtores também sofrem com a retração da economia argentina, que elevou a oferta de produtos mais baratos daquele país, aumentando a concorrência com a indústria nacional. Albano indica manter Ultrapar e Copene. "A Ultrapar tem grande influência da Ultragaz, que está com crescimento modesto, e a Copene ainda traz incertezas com relação à sua reestruturação para a formação da Braskem." Foggeti, da Fator, acredita que a Ultrapar é atrativa sobretudo por seu forte pagamento de dividendos. Trikem tem recomendação de compra, também ligada à reestruturação da Braskem. Marcos Paulo Fernandes Pereira, da Socopa, recomenda manter para Ultrapar, Copesul, Nitrocarbono, Copene e Petroquímica União.

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