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Alta do dólar afeta empresas petroquímicas

Petrobrás, Ultrapar e BR Distribuidora são as empresas menos afetadas pela alta do câmbio do setor petroquímico, segundo a Unibanco Corretora. Já a Copene, Copesul e Petróleo Ipiranga são as mais vulneráveis aos prejuízos provocados pela alta do dólar.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Unibanco Corretora aponta a Petrobrás, BR Distribuidora e a Ultrapar como as companhias do setor petroquímico que sofrerão menos os efeitos da variação do câmbio registrada no terceiro trimestre deste ano. A partir de estudo elaborado na semana passada, os analistas Cleomar Parisi e Natalia Kerkis, daquela corretora, afirmam que "a magnitude do faturamento da Petrobrás garante um impacto modesto da depreciação do real na última linha (lucro ou prejuízo)". Eles lembram que a empresa tem uma dívida bruta de R$ 18 bilhões, da qual 85% denominada em dólares. Os analistas dizem que, segundo a companhia, entre 25% e 30% do caixa consolidado, da ordem de R$ 11 bilhões, está aplicado em dólares. Esse fato, somado aos investimentos no exterior - cerca de R$ 1,5 bilhão -, reduz a exposição em dólares para algo em torno de R$ 10 bilhões. Depois disso, a proteção da companhia se baseia em sua capacidade de obter receitas em dólares. "Praticamente o total das vendas líquidas da companhia, de mais de R$ 60 bilhões por ano, está atrelado à taxa de câmbio." A BR Distribuidora, por sua vez, é uma das empresas beneficiadas por não ter praticamente exposição a dívidas em dólares, segundo os analistas. Já a Ultrapar tem 61% de sua dívida total, de R$ 514 milhões, lastreada na moeda norte-americana. Segundo a Unibanco Corretora, a Ultrapar informou que praticamente o total da dívida está protegido. Isso inclui parte dos cerca de R$ 135 milhões relativos a adiantamentos de contratos de câmbio (ACC), para os quais há proteção natural das exportações. Eles destacam ainda que a Oxiteno, subsidiária da Ultrapar no setor petroquímico, tem 100% de suas receitas - de cerca de R$ 900 milhões ao ano - atreladas à taxa de câmbio. Empresas que podem sofrer com alta do dólar No lado oposto, a corretora lista as companhias Copene, Copesul e Petróleo Ipiranga como as empresas do setor que mais podem sofrer com a alta do câmbio. Eles lembram que o endividamento da Copene cresceu significativamente com a aquisição e incorporação da Nova Camaçari. Em agosto deste ano, a dívida líquida atingiu R$ 2,101 bilhões e o montante total atrelado ao dólar era de R$ 1,422 bilhão. Dentro deste valor, R$ 295 milhões estavam protegidos. A companhia possui proteção natural para outros R$ 748 milhões, que representam operações de pré-pagamentos de exportação. Natalia Kerkis explica, entretanto, que boa parte da receita da companhia é denominada na moeda brasileira. Os analistas também acreditam que a Copesul pode sofrer com um aumento da taxa de câmbio. Do endividamento total da companhia, avaliado em R$ 1,438 bilhão, 84% está atrelado ao dólar. O montante total da dívida da Ipiranga, por sua vez, é de R$ 267 milhões, com 70% referentes a um Eurobond cotado em dólares. Não há proteção para o título e, "por se tratar de uma distribuidora de combustíveis, todo o faturamento da Ipiranga é em reais, ou seja, também não há ganho de outra natureza que compense a perda com variação cambial sobre a dívida."

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