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Alta do Ibovespa é destaque no início de 2001

Analistas acreditam que o Ibovespa atinja 21 mil pontos no fim do ano. O índice já acumulou alta de 14,82% em janeiro. A melhora do cenário externo e o novo corte da taxa Selic são os fatores que deixam o mercado otimista.

Por Agencia Estado
Atualização:

O investimento em ações voltou a ser o principal destaque do mercado financeiro neste começo de ano, com o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) acumulando alta de 14,82% no mês. Para os analistas, se não ocorrerem grandes sobressaltos no cenário internacional, é possível que o Ibovespa atinja 21 mil pontos no fim do ano, o que indica uma perspectiva de valorização de 19,86% em relação aos 17.521 pontos registrados no fechamento de ontem. Ontem o Ibovespa subiu 1,92%, impulsionado pelo corte de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na noite de quarta-feira. O bom desempenho de Wall Street - a Nasdaq fechou em alta de 3,21% e o Dow Jones, de 0,89% - também deu alento aos investidores. O diretor de Renda Variável da Crédit Lyonnais Asset Management, Fábio de Aguiar Faria, lembra que, a exemplo do que ocorreu no ano passado, os fundamentos da economia continuam sólidos, o que é extremamente positivo para o investimento em ações. Ele acredita que o cenário externo atrapalhou o desempenho da bolsa em 2000. Faria aposta que os EUA devem passar por uma aterrissagem suave (soft landing) e que os preços do petróleo devem ficar acomodados. O chefe de Derivativos do banco Lloyds TSB, Maurício Zanella, é um dos analistas que apostam num Ibovespa em 21 mil pontos no fim do ano. "Se os juros domésticos continuarem em queda e o cenário externo não atrapalhar, a bolsa deve ter um grande ano." Desde o fim de novembro, o índice já subiu 31,87%. O gestor de Renda Variável da ABN-AMRO Asset Management, Alexandre Póvoa, entende que essa alta foi patrocinada pelos investidores estrangeiros - principalmente os fundos especulativos (hedge funds) e os fundos globais - e pelas tesourarias de bancos. Nos primeiros dez dias do mês, o saldo de capital externo na bolsa foi de R$ 143,1 milhões. Alta depende dos fundos de pensão e investidores individuais Os analistas entendem que essa alta vai sustentar-se desde que os fundos de pensão e os investidores individuais comecem a aparecer nos pregões. Póvoa entende que a tendência de queda dos juros deve provocar a migração da renda fixa para a renda variável, pois o rendimento de aplicações como CDBs e fundos DI vai ficar cada vez menos atraente. Segundo números da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), nos primeiros 15 dias do mês, os saques nos fundos de ações superaram os depósitos em R$ 126,51 milhões. O problema é que, se os investidores domésticos não entrarem na bolsa, os fundos estrangeiros e as tesourarias - que costumam aplicar por prazos curtos - podem atuar na ponta de venda, para realizar os lucros recentes. Analistas dão recomendações para investimento em ações Mesmo depois da alta das últimas semanas, os analistas entendem que ainda vale a pena aplicar em ações pelo fato de o mercado acionário ainda oferecer boas oportunidades de rendimento. Faria recomenda que o investidor entre aos poucos nesse mercado, desde que tenha uma visão de longo prazo. Ainda, para quem pretende investir em ações, é imprescindível o acompanhamento do mercado e das empresas. Não podendo fazer isso, uma boa alternativa é aplicar por meio de um fundo de ações. Haverá o custo da taxa de administração, porém a gestão fica a cargo de um especialista.

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