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Alta do juro mostra compromisso do BCE no combate à inflação

Por KRISTA HUGHES
Atualização:

O aumento do juro promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) foi um sinal da seriedade com que a instituição encara o combate à inflação, afirmaram diretores do BC, que organizaram uma ofensiva de relações publicas para justificar a decisão tomada na quinta-feira. Em entrevistas a diversos veículos de comunicação da zona do euro, alguns dos integrantes da diretoria do BCE negaram que o aumento do juro, para 4,25 por cento --o maior em quase sete anos--, iria prejudicar a expansão econômica. Os diretores também disseram que a inflação em alta é o maior perigo para a região. Yves Mersch, de Luxemburgo, afirmou que o BCE pode fazer pouco para influenciar o aumento dos preços internacionais das commodities, mas poderia dar alguns passos para evitar uma pressão sobre salários na zona do euro. "Nós estamos enviando um sinal hoje que mostra que estamos determinados a agir contra a inflação produzida em casa", afirmou Mersch ao jornal Luxemburger Wort. O BCE elevou a taxa básica de juro em 0,25 ponto percentual, mas o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, afirmou que a diretoria do BC não adota um viés em favor de novos aumentos da taxa, o que reduziu as expectativas do mercado por um avanço do juro no curto prazo. O presidente do Bundesbank, Axel Weber, disse que os membros do BC não podem ficar parados enquanto a inflação sobe para um patamar que representa mais do que o dobro do nível que representa estabilidade dos preços, o que potencialmente eleva as expectativas de inflação e prejudica a confiança no trabalho do BCE. Alguns riscos já se materializaram, o que faz com que a ação seja imperativa, afirmou Weber em entrevista ao jornal Suedkurier. A inflação na zona do euro atingiu o recorde de 4 por cento em junho. O teto da meta de inflação da região é de 2 por cento.

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