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Alta do petróleo começa a influenciar inflação nos Estados Unidos

Por Agencia Estado
Atualização:

Após vários anos em que o preço do petróleo não conseguiu influenciar de forma direta as taxas de inflação subjacente nos Estados Unidos, finalmente sua alta começou a afetar este importante alicerce da economia americana. No entanto, apesar da preocupação que os últimos dados provocaram nos mercados, ainda parece muito distante o risco de uma recessão semelhante às geradas por outras escaladas do preço do petróleo em décadas passadas. Segundo disse à EFE David Wyss, economista-chefe da Standard & Poor´s, a alta do petróleo ainda não se traduziu em grandes mudanças nas taxas de inflação subjacente (que não incluem a variação dos combustíveis e dos alimentos). Ontem, foi divulgado que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,5% em julho, acima do 0,4% esperado pelos analistas. Mas o indicador de inflação subjacente subiu apenas 0,1%, menos que o 0,2% das previsões dos analistas. Hoje foi divulgado que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1% em julho, mais que o esperado pelos analistas. Descontando a variação de produtos voláteis, a alta foi de 0,4%, acima do 0,1% dos prognósticos dos especialistas. Embora os dados pareçam indicar um aumento da inflação, o que preocupou os investidores e analistas ontem e provocou queda nas bolsas, Wyss explicou que as taxas subjacentes nos últimos doze meses continuam sendo moderadas. Isto acontece porque a economia está protegida por uma alta produtividade, que implica que os maiores custos para as empresas são absorvidos por cortes de despesas, impedindo um repasse de altas nos preços ao consumidor. Segundo Wyss, atualmente as companhias americanas têm níveis recordes de lucro que permitiriam que as empresas absorvessem futuras altas de custos sem sofrer muito. Além disso, a força do dólar nos últimos anos se traduziu num baixo preço dos produtos importados, o que põe um limite para os preços que as companhias americanas podem cobrar. Por isso, para Wyss não existe um risco muito grande de os atuais preços do petróleo provocarem problemas graves para a economia, a menos que o preço por barril suba para US$ 100. Nesse nível, seriam muito altas as possibilidades de entrar numa recessão.

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