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Alta do petróleo é tema de encontro dos países do G7

O G7 é formado pelos sete países mais desenvolvidos do mundo. São eles: Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta dos preços do petróleo será um dos temas centrais da agenda do Grupo dos Sete países mais desenvolvidos (G7) - Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido -, que se reúne hoje em Washington para discutir os principais desafios da economia mundial. O petróleo não deixou de subir desde a reunião que os representantes do G7 realizaram em abril na capital americana, quando o secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, descreveu a valorização da matéria-prima como um vento contrário à economia global. Tal panorama levou o subsecretário de Assuntos Internacionais do Tesouro, Tim Adams, a considerar o petróleo nesta semana no topo dos riscos que ameaçam a saúde econômica do planeta. Adams disse que os ministros do G7 analisarão durante seu encontro de hoje as medidas iniciadas para melhorar a cadeia de abastecimento, assim como a eficiência do mercado petrolífero. Os políticos estudarão também os problemas que o petróleo está originando em alguns países emergentes, sobretudo naqueles que mantêm artificialmente baixa a cotação do petróleo, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA. A incontrolável alta do petróleo preocupa também o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, que disse ontem que sua preocupação é dupla, já que o encarecimento está relacionado com uma oferta insuficiente e não com um aumento da demanda, como em algumas ocasiões anteriores. O FMI assume que o custo médio de sua cesta de referência, composta pelo Petróleo Intermediário do Texas, o Brent e o de Dubai, vai girar em torno de US$ 54,23 em 2005 e subirá para US$ 61,75 em 2006, respectivamente 16% e 41% mais que o estimado em abril. Situação norte-americana Almoço oferecido pelo secretário John Snow hoje aos Ministros do G-7 (países mais desenvolvidos), África do Sul, China, Índia e Rússia Além do petróleo, espera-se que o G7 - integrado por - avalie a situação do déficit americano. Antes da passagem do furacão Katrina, a Casa Branca previa que o Governo geraria um déficit de US$ 333 bilhões neste ano fiscal (que termina no fim de setembro), quantia que, segundo os especialistas, pode aumentar com os novos desembolsos orçamentários para enfrentar a tragédia. Os presentes à cúpula que se realiza hoje analisarão também outros temas nevrálgicos da atualidade, como as taxas de crescimento mundiais e a luta contra o financiamento do terrorismo. O cancelamento da dívida dos países mais pobres do planeta será outro assunto sobre a mesa, mas tanto Rato como o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, descartam que se vá chegar a um acordo definitivo a respeito, como alguns esperavam. Ampliação do grupo O G7, segundo o próprio Adams, também estudará a possível entrada ao clube de alguns países emergentes, como Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. Esses cinco países - que representam 25% da produção econômica global e 45% da população do planeta - realizam hoje um almoço de trabalho com o G7, no qual se espera uma discussão sobre a possível entrada no grupo. A ampliação do organismo foi também tema de debate este mês no influente Instituto de Finanças Internacionais (IIF), com sede em Washington, do qual fazem parte mais de 300 instituições financeiras de 60 países. O centro recomendou na carta semestral que envia a ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de todo o mundo que o G7 abrisse suas portas a Brasil, China, Índia e Rússia. Charles Dallara, diretor do IIF, acha que um G11 do qual fizessem parte países industrializados e emergentes permitiria abordar reformas econômicas pendentes, já que poderia facilitar um entendimento, atualmente inexistente, na adoção de decisões políticas mais difíceis.

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