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Alta do petróleo pode chegar ao gás de cozinha

Petrobras anunciou que promoverá, até julho, 3º reajuste do ano para botijões de 20, 45 ou 90 quilos

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A disparada do preço do petróleo pode se refletir em aumento no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, para uso comercial e industrial. Não há previsão de aumento para o botijão de 13 quilos, de uso residencial. Segundo representantes de distribuidoras, a Petrobras já anunciou informalmente que promoverá, até julho, o terceiro reajuste do ano para botijões de 20, 45 ou 90 quilos, além do gás vendido a granel, afetando consumidores comerciais, industriais e grandes condomínios.   Veja também: Especial: Preço do petróleo em alta    A estatal não confirmou a informação. O preço do produto acumula alta de 22,6% em 2008. Os dois primeiros reajustes ocorreram no dia 2 de janeiro (alta de 12,8%) e 1º de abril (8,7%), informou a Petrobras. Segundo fontes do setor, o novo reajuste pode chegar a 15%.   O superintendente-executivo do Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, preferiu não comentar a possibilidade de aumento, alegando não ter recebido informação oficial da Petrobras. Mas criticou a política de diferenciação de preços entre os variados usos do combustível. "Isso gera uma enorme distorção no mercado", afirmou.   Com um ajuste de 15%, a diferença entre o GLP residencial e o comercial chegará perto dos 50%, abrindo espaço para fraudes e para o uso irregular dos botijões de 13 quilos. "É possível que condomínios ou estabelecimentos comerciais comecem a trocar as baterias de botijões maiores pelos de 13 quilos, que não foram feitos para operar em bateria", explica o executivo.   O botijão de 13 quilos não é reajustado desde o final de 2002, segundo política governamental de evitar repasses da alta do petróleo às camadas mais pobres da população. Nessa linha, gasolina e diesel ficaram 31 meses sem aumento - entre setembro de 2005 e o início do mês, quando a Petrobrás obteve autorização para reajustes de 10% e 15%, respectivamente.   Questionada se os reajustes foram suficientes para acompanhar o petróleo acima dos US$ 120 por barril, a gerente executiva de abastecimento da estatal, Venina Velosa, disse ontem que a empresa não pretende repassar ao consumidor brasileiro os picos de preços no mercado internacional. Segundo ela, a companhia continua avaliando o mercado e tomará novas decisões apenas quando confirmar a existência de um novo patamar de preços.   Em rápida entrevista após participar de evento no Rio, Venina não quis comentar as notícias sobre novo reajuste do GLP. O mercado do combustível está estagnado no Brasil desde 2002, período no qual oscilou entre 6,2 milhões e 6,6 milhões de toneladas por ano.

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