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Alta do petróleo reduz financiamentos, diz Petrobras

Segundo diretor, se preços permanecerem no nível atual, estatal terá caixa para cobrir investimentos até 2013

Por Danielle Chaves , da Agência Estado e e Dow Jones
Atualização:

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a estatal possui fundos suficientes para atender à maior parte de seus planos de investimento até 2010 e que a recente alta dos preços do petróleo significa que as reservas de caixa poderão cobrir o que faltar. Na verdade, se os preços do petróleo permanecerem nos níveis atuais, a estatal terá fluxo de caixa suficiente para cobrir o que faltar para os investimentos até 2013, segundo Barbassa.

 

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"Nós baseamos nossos planos de investimento e financiamento em um preço médio do petróleo tipo Brent de US$ 37,00 por barril, o que é muito conservador. Consideramos que estamos em uma posição forte", disse o executivo. Hoje o petróleo negociado na Nymex subiu 2,58%, fechando a US$ 69,24 por barril.

 

Como resultado, Barbassa disse que não concorda com o momento da decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating da Petrobras, há duas semanas. "Se o rebaixamento tivesse sido feito no início do ano, quando o plano de investimento de longo prazo foi anunciado e o crédito estava apertado, eu poderia entender. Mas não agora", declarou.

 

O diretor financeiro da Petrobras destacou que a estatal levantou com sucesso US$ 30 bilhões nos cinco primeiros meses deste ano, de diversas fontes, incluindo o Banco de Crédito a Exportação e Importação dos Estados Unidos, a China e um empréstimo conversível de um grupo de bancos. Além disso, a companhia captou US$ 1,5 bilhão por meio de uma emissão de bônus global.

 

A S&P rebaixou o rating de crédito corporativo da Petrobras para BBB-, que ainda é grau de investimento, por causa dos planos de investimento elevados e das expectativas de baixo preço do petróleo. Barbassa disse que a projeção de longo prazo da S&P para o preço do petróleo, de US$ 40,00 por barril, é excessivamente negativa.

 

Recentemente a Petrobras obteve um empréstimo de US$ 6,5 bilhões de seis bancos, incluindo HSBC Holding, JPMorgan Chase e Banco Santander, que será convertido em bônus durante o próximo um ano e meio. O processo de conversão começou em fevereiro, com a emissão de US$ 1,5 bilhão em bônus globais de 10 anos, e vai continuar quando a companhia encontrar uma oportunidade.

 

"Os bancos estão prontos e tudo está registrado com a Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA). Nós podemos emitir bônus a qualquer momento", disse Barbassa, acrescentando que a companhia vai favorecer emissões entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão por vez.

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Barbassa afirmou que a Petrobras continua aberta a fontes alternativas de financiamento, incluindo recursos de fundos soberanos, mas não confirmou negociações com nenhuma fonte

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