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Alta do real esquenta debate sobre próximo Copom

Embora a aposta majoritária dos analistas continue pendendo para um corte de 0,25 ponto percentual na Selic a possibilidade de uma redução maior ganha força

Por Agencia Estado
Atualização:

A nova onda de valorização do real está esquentando o debate sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reunirá no dia 30 de agosto. Embora a aposta majoritária dos analistas continue pendendo para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 14,755 ao ano), a possibilidade de uma redução maior, de 0,50 ponto porcentual, vem ganhando força. O economista sênior do banco Dresdner Kleinwort Wasserstein, Nuno Camara, colocou ontem sua aposta de um corte de 0,25 pp na Selic sob revisão. Segundo ele, a valorização da moeda, a inflação baixa e a retomada dos investimentos transformaram um corte de 50 pp numa probabilidade maior neste momento. Flavia Cattan-Naslausky, analista do Royal Bank of Scotland, observou que os mercados estão precificando um corte de 0,33 pp na Selic, mas as expectativas continuam pendendo para uma redução de 0,25 pp. Ela disse que o recente fortalecimento do real aumentou o risco de um corte maior juros na próxima reunião do Copom, mas mantém a aposta de 0,25 pp pois espera uma inflação maior neste segundo semestre. "O BC deve manter uma postura conservadora", disse a analista. Paulo Leme, economista do banco Goldman Sachs, explicou a Agência Estado que sua aposta num corte de 0,25 pp é justificada, entre outros fatores, pelas mensagens contidas na ata da última reunião do Copom e do mais recente relatório de inflação do BC. "O Banco Central deixou muito claro que vai colocar mais parcimônia na redução da Selic", disse Leme. "Mais parcimônia quer dizer cortes menores." Ele observou que as taxas de juros estão se aproximando de um patamar neutro e paralelamente a isso estão ocorrendo estímulos para atividade através do gastos públicos, aumentos salariais e expansão do crédito. "O BC, que está olhando para inflação em 2007, deve adotar uma postura mais cautelosa daqui para a frente", disse. "Enquanto monitora a situação, ele vai preferir administrar cortes de 0,25 ponto porcentual, em vez de 50 pp."

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