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Alta do real influencia negativamente investimentos, diz CNI

Além do câmbio, com juro real elevado, é mais interessante para os investidores emprestarem dinheiro para o governo, por meio da compra de títulos públicos, do que realizar novos investimentos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou hoje que, se a trajetória de valorização do real continuar, as decisões de investimentos no País poderão ser influenciadas. Segundo ele, embora o câmbio ainda não tenha tido reflexo no resultado da balança comercial, ele poderá desestimular novos investimentos. Além disso, na avaliação de Castelo Branco, o Brasil tem perdido algum espaço de crescimento que a economia mundial tem oferecido. Segundo ele, a valorização da moeda brasileira tem ficado acima da observada em outros países. O economista lembrou que países asiáticos e o Chile têm crescido em patamares bem mais elevados que o Brasil porque têm tido taxas de investimentos também muito maiores. "A China, por exemplo, tem crescido a taxas asiáticas, mas os investimentos também têm crescido a taxas asiáticas", afirmou. "Convite ao não investimento" Segundo Castelo Branco, as taxas de investimento no Brasil não são maiores em função das altas taxas de juros, do câmbio valorizado e da crise política. Ele argumentou que a política monetária apertada desde o ano passado teve como conseqüência a valorização do real acima do observada em outros países. Com isso, a grande liquidez mundial (volume de negócios) tem ajudado a entrada de novos capitais no Brasil, o que abaixa mais ainda a taxa de câmbio. O economista disse que a taxa de juros real - taxa nominal descontada a inflação -, no Brasil, está acima de 14% ao ano. "É um convite ao não investimento", avaliou. Segundo ele, não existe nenhum outro país no mundo com taxa de juros reais tão elevadas. Por isso, segundo o economista, é mais interessante para os investidores emprestarem dinheiro para o governo, por meio da compra de títulos públicos, do que realizar novos investimentos.

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