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Alta dos alimentos pode ser estímulo para Rodada de Doha, diz UE

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Por Redação
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A alta mundial nos preços dos alimentos deve estimular a conclusão neste ano da Rodada de Doha do comércio global, por atenuar as preocupações dos produtores agrícolas de países ricos, disse na terça-feira o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. "Acho que ajuda e acho que vimos isso nas negociações agrícolas de Genebra", disse Mandelson, referindo-se às discussões na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Acho que as consequências são que os argumentos em favor da proteção de fronteiras e do apoio ao preço de mercado não são mais o que eram quando começamos a longa jornada de Doha em (2001)", acrescentou. As mudanças climáticas, a demanda dos países emergentes, a demanda por biocombustíveis e o crescimento populacional foram fatores que levaram os alimentos a baterem recordes mundiais de preços nos últimos meses. De acordo com Mandelson, com os preços mais altos ficará mais fácil para os EUA reduzirem seus subsídios internos para as margens propostas em 2007 por mediadores da OMC. Subsídios e tarifas agrícolas dos países ricos são um dos maiores empecilhos à conclusão da Rodada de Doha. No sábado, ministros de várias potências comerciais concordaram que a OMC deve realizar uma sessão de negociações na época da Páscoa, na esperança de concluir o acordo, que abrangeria não só produtos agrícolas, mas também os industriais e os serviços. Caso não haja acordo em 2008, a mudança na Presidência dos Estados Unidos pode levar a vários anos de atraso na Rodada de Doha, ou mesmo inviabilizá-la. Mandelson falou após reunião com Simon Crean, ministro de Comércio da Austrália, país que é grande exportador agrícola e exige mais abertura dos europeus em produtos ditos "sensíveis" --como carne, laticínios e frango. O ministro australiano disse que estão ocorrendo progressos. (Reportagem de William Schomberg)

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