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Alta dos combustíveis provocou aumento do IGP-10

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta dos combustíveis foi o principal fator responsável pela elevação do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) para 2,42% em fevereiro, ante 2,29% em janeiro. O índice, divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), interrompeu a trajetória de desaceleração dos IGPs, iniciada em janeiro, mas segundo o economista da instituição, Salomão Quadros, a alta ante mês anterior é pontual e não deve prosseguir a partir de agora. Para ele, os demais índices divulgados pela fundação, como o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), será inferior a janeiro em fevereiro. A taxa será divulgada no início de março. Quadros explicou que a alta dos preços no atacado, que responde por 60% do cálculo do IGP-10, foi quase metade provocada pelo reajuste dos combustíveis no final do ano passado. A coleta do IGP-10 foi realizada entre 11 de janeiro e 10 de fevereiro e pegou o pico dos reajustes de produtos como óleo diesel e gasolina no atacado. A pesquisa para o cálculo do IGP-DI ocorre integralmente em fevereiro e, portanto, deverá computar a desaceleração nos reajustes dos combustíveis. O Índice de Preços por Atacado-10 (IPA-10) subiu 2,67% em fevereiro, ante 2,6% em janeiro. Da variação apresentada neste mês, 1,18 ponto percentual devem-se exclusivamente aos aumentos dos combustíveis. As maiores altas ocorreram no óleo diesel (11,49%) na gasolina (10,24%), no álcool etílico hidratado (11,22%) e nos óleos combustíveis (9,02%). Salomão explicou que o dólar ainda teve algum efeito sobre o IPA-10, mas na maior parte a pressão ocorreu por influência defasada de picos passados da moeda. Por outro lado, a moeda americana exerceu também impacto para redução de alguns preços. Isso ocorreu devido à queda de 1,79% na variação da cotação do dólar no período de pesquisa do IGP-10 de fevereiro (dólar médio de R$ 3,47) e o de janeiro (R$ 3,54). Estes impactos de queda foram dados, ainda no atacado, na soja (-9,43%, beneficiada também pela entrada da safra), na farinha de trigo (-6,04%) e na celulose (-0,69%). O varejo também sofreu forte pressão dos aumentos dos combustíveis, combinada com reajustes nos ônibus urbanos e nas mensalidades escolares. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) subiu 2,08% em fevereiro ante 1,84% em janeiro. Segundo Quadros, essa tendência de aceleração de alta também é pontual, porque deve-se especialmente à reajustes cujos efeitos já foram plenamente captados pela pesquisa. As maiores altas no varejo foram registradas na gasolina (8,05%), nos ônibus urbanos (8,91%) no álcool combustível (10,36%) e no curso superior (4,67%). A alimentação prossegue em fase de desaceleração, mas manteve os reajustes com elevação de 2,41% em fevereiro, porcentual inferior ao registrado em janeiro (3,33%). O Índice Nacional do Custo da Construção -10 (INCC-10) registrou alta de 1,41% em fevereiro ante 1,34% no mês anterior, pressionado pelos reajustes em materiais e serviços (2,63%). Ainda que a previsão seja de desaceleração na alta dos IGPs, Quadros admite que a queda nos índices ocorrerá "em ritmo lento". Sua estimativa é que os IGPs mantenham-se com variações em torno de 2%. "Está difícil quedas significativas, porque apesar da entrada da safra agrícola persistem outras pressões sobre os preços, como o dólar e o petróleo, ou seja, há no cenário perspectivas desagradáveis."

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