O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou nesta quinta-feira, 12, que o aumento na taxa básica de juros, a Selic, deve perdurar até o final deste ano. Ele disse que esta é uma hipótese baseada no aumento da pressão inflacionária que vem atingindo não apenas a economia brasileira, mas também a mundial. Veja também: Veja a evolução da Selic desde o início do governo Lula Entenda os principais índices de inflação Entenda a crise dos alimentos "Um dos poucos instrumentos, neste momento, para conter a inflação é a taxa de juros", destacou ele, em entrevista coletiva concedida após participar de um debate sobre política industrial, no Congresso da Indústria 2008, em São Paulo. O ministro afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a todos ministros que façam um esforço em suas respectivas áreas para contribuir para o controle da inflação. Ele citou explicitamente a preocupação do governo com a alta de preços dos fertilizantes. Por causa desta preocupação, o ministério, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras áreas envolvidas irão traçar uma política específica para o setor. Miguel Jorge disse que os preços dos fertilizantes subiram muito e estão pressionando a alta dos alimentos. "Teremos que tomar medidas, tais como importar mais com menos impostos", adiantou Miguel Jorge. Política industrial Apesar da expectativa de que a elevação da taxa Selic deverá permanecer, pelo menos, até o final deste ano, o ministro Miguel Jorge disse que a alta dos juros não afeta a política industrial, recém-lançada pelo governo. Segundo ele, quando o governo começou a discutir a nova política da indústria, os juros já estavam num patamar elevado. "A política industrial é de longo prazo e é uma política de Estado e não de governo, por isso, não deve se ater ao aumento de juros", destacou. Questionado sobre o câmbio, Miguel Jorge destacou: "A política industrial não propõe medias com relação ao câmbio que é uma questão conjuntural. Temos pouco a fazer e o câmbio não é um problema só do Brasil."