
03 de julho de 2013 | 02h09
As causas do baixo dinamismo do setor são conhecidas. Ainda há significativa sobrevalorização do real e o comércio mundial não nos favorece, razões do desanimador progresso das exportações e do grande vigor com que as importações vão absorvendo fatias do mercado interno.
Por sua vez, o consumo doméstico já não reproduz o desempenho de antes e o investimento, embora tenha mostrado sinais de reativação, é menos vigoroso do que se imaginava.
A pronunciada sucessão de bons e maus resultados reflete situações de aguda incerteza. O receio de cometer erros nas decisões de produzir e investir torna os empresários muito sensíveis aos sinais de formação de estoques não desejados. Isso é típico de momentos de dúvidas na política e na economia e de apreensão sobre a condução da política econômica. Nessas condições, a produção não deixa de reagir quando os mercados melhoram, mas o empresário somente age quando há uma desacumulação flagrante dos estoques de produtos finais.
No sentido contrário, a qualquer sinal de acumulação de estoques não planejados, a produção é bruscamente freada. Talvez, a instabilidade seja a marca registrada não só da indústria, mas da economia brasileira como um todo no corrente ano. Ainda assim, somos de opinião que a produção industrial e o Produto Interno Bruto (PIB) terão um modesto crescimento, não muito superior a 2%.
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