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Alta não vai comprometer superávit comercial

Por Raquel Landim
Atualização:

As previsões para o saldo da balança comercial em 2009 são otimistas, apesar do crescimento das importações de produtos como roupas, calçados ou remédios. Alguns economistas estimam superávit de US$ 25 bilhões, o que significaria estabilidade em relação a 2008. Se confirmado, seria um resultado surpreendente para um ano de crise na economia global. A participação dos bens de consumo não-duráveis nas compras externas do Brasil subiu de 5,6%, de janeiro a maio de 2008, para 8,3%, no mesmo período deste ano, mas continua reduzida. As importações do País estão concentradas em insumos para a indústria e em máquinas, que respondem juntos por mais de 70% do total. As compras externas de bens intermediários e de bens de capital recuaram 31,2% e 10,4%, respectivamente, de janeiro a maio, acompanhando a queda de 14,7% da produção industrial de janeiro a abril em relação ao mesmo período de 2008. "Esses produtos respondem menos ao câmbio e mais à atividade da indústria", disse Sérgio Vale, economista da MB Associados. A consultoria revê esta semana sua previsão de saldo dos atuais US$ 19 bilhões para algo próximo a US$ 25 bilhões. Vale afirma que a exportação está sendo beneficiada pela alta do preço das commodities e pelo expressivo volume de compras da China, enquanto a importação sofre uma forte queda. Ele aposta em lenta recuperação da produção industrial no segundo semestre, já que as exportações devem seguir fracas e as empresas continuam receosas em investir em máquinas. "O maior consumo interno ameniza o problema da indústria, mas não resolve", disse Vale. André Sacconato, da Tendências Consultoria, prevê superávit de US$ 21,8 bilhões para a balança em 2009. Ele acredita que o País se beneficiou da formação de estoques de commodities na China. Para o economista, a crise não vai provocar uma problema no saldo, mas na corrente de comércio do País, que pode cair 25%.

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